Sondagem na Gronelândia indica que apenas 6% da população quer fazer parte dos EUA
Uma sondagem feita na Gronelândia indica que apenas 6 por cento dos inquiridos querem que a ilha se torne parte dos Estados Unidos, depois de Donald Trump ter afirmado que não excluía o recurso à força militar ou a sanções económicas para anexar a ilha.
Os dados da sondagem realizada pelo instituto Verian foram divulgados esta terça-feira pelo jornal dinamarquês Berlingske e mostram que 85% da população da Gronelândia não quer que a ilha se torne parte dos EUA. Outros 9% não sabem ou não responderam.
A Gronelândia faz parte da Dinamarca e segue a Constituição do país, embora geograficamente se situe na América do Norte.
Antes de tomar posse, Trump anunciou que tencionava comprar a ilha à Dinamarca por considerá-la estratégica para a segurança dos EUA.
O presidente regional Mute B. Egede afirmou estar aberto a negociar com os Estados Unidos e disse ter "iniciado um diálogo e começado a explorar possibilidades de cooperação com Trump", mas vincou que a ilha "não está à venda", afirmação sublinhada também pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen. A intenção foi também mal recebida por países da União Europeia.
A Dinamarca anunciou que vai aumentar a sua presença militar na região em 2 mil milhões de euros.
Os EUA têm uma base no norte da ilha ao abrigo de um acordo de defesa alargado com a Dinamarca, assinado há sete décadas, que inclui a possibilidade de uma maior presença militar americana.
A ilha, com dois milhões de quilómetros quadrados (80% cobertos de gelo) e uma população de apenas 56 mil habitantes, tem um novo estatuto desde 2009 que reconhece o seu direito à autodeterminação.
A maioria dos partidos e a população defendem a separação da Dinamarca, mas metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhaga e as tentativas de obter receitas das suas riquezas minerais e petrolíferas falharam até agora devido às dificuldades e ao elevado custo da extração.