Rubio e Witkoff em Paris para discutirem a Ucrânia
Emmanuel Macron recebe nesta quinta-feira o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o enviado especial, Steve Witkoff, para discutirem a guerra na Ucrânia. Além de ser recebido pelo presidente francês, o chefe da diplomacia dos EUA vai também manter conversações com o homólogo Jean-Noël Barrot não só sobre a Ucrânia, mas também acerca do Médio Oriente e do dossiê nuclear iraniano. A visita coincide com a viagem do ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, a Washington, onde vai encontrar-se com o secretário Pete Hegseth. A França e o Reino Unido lideram os esforços ocidentais para preencher o vácuo deixado pelos Estados Unidos na assistência militar à Ucrânia. Uma das suas iniciativas passa por preparar as condições para o envio de uma força militar de dissuasão no pós-guerra.
As negociações para uma trégua na Ucrânia estão em ponto morto, dois meses depois de a Ucrânia aceitar um cessar-fogo incondicional e com Moscovo a repetir que é necessário antes de mais atender às “causas profundas” da “operação militar especial”. Entretanto, prosseguem os ataques a civis, caso do executado no domingo no centro de Sumy, e que matou 35 pessoas. Um bombardeamento que suscitou mensagens de solidariedade dos aliados - à exceção dos EUA, mas que ainda assim levou Donald Trump a descrevê-lo como “horrível” e que lhe foi dito que se tratou de um “erro”. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo alegou que o ataque tinha como alvo uma reunião de oficiais ucranianos - o mesmo argumento usado por Sergei Lavrov quando um ataque com mísseis atingiu um restaurante e um parque infantil em Kryvyi Rih, dias antes, tendo acabado com a vida de 19 pessoas, nove delas crianças.
Kiev alerta para um possível ataque russo com tropas da Coreia do Norte quando se avalia que a relação de Kim e Putin tenha rendido 17 mil milhões de euros a Pyongyang.
Apesar dos ataques, e de o Kremlin se recusar a dizer quando é que a moratória relacionada com os ataque a infraestruturas de energia vai terminar (Kiev acusa Moscovo de a ter violado em mais de 30 ocasiões), Witkoff, o enviado de Trump ao Médio Oriente que tomou o lugar do enviado para a Ucrânia, Keith Kellogg, mostra-se otimista. Segunda-feira, três dias depois de se ter reunido de novo com Vladimir Putin, disse que as conversações estão “à beira” de registar avanços.
Os serviços de informações ucranianos dizem que a Rússia pondera um ataque terrestre às regiões de Sumy e Kharkiv com a ajuda de 6 mil soldados norte-coreanos remanescentes do contingente de 11 mil que combateu e sofreu pesadas baixas em Kursk. As relações militares entre Moscovo e Pyongyang renderam mais de 20 mil milhões de dólares (17 mil milhões de euros) à Coreia do Norte, segundo um relatório do think tank sul-coreano KIDA, citado pela Newsweek. Em paralelo, uma análise da Reuters e da Open Source Centre conclui que o regime de Kim Jong-un enviou mais de 15.800 contentores com munições para a Rússia.