Presidente sul-coreano levanta lei marcial horas depois de a ter aplicado

Presidente sul-coreano levanta lei marcial horas depois de a ter aplicado

Yoon Suk Yeol, voltou atrás e levantou a lei marcial que havia imposto no país horas antes depois de o parlamento sul-coreano ter votado a revogação da medida.
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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, voltou atrás e levantou a lei marcial que havia imposto no país horas antes, esta terça-feira, depois de o parlamento sul-coreano ter votado a revogação da medida.

190 dos 300 legisladores votaram pela revogação da medida. “O Presidente deve levantar imediatamente a lei marcial de emergência após a votação na Assembleia Nacional. Agora, a declaração de emergência da lei marcial é inválida”, disse Woo Won-sik, presidente da Assembleia Nacional, após a votação. "As pessoas deviam estar tranquilas. A Assembleia Nacional defenderá a democracia junto do povo", acrescentou.

Os cidadãos que esperavam à porta do edifício do parlamento aplaudiram quando receberam a notícia da votação dos deputados, de acordo com o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, tendo alguns gritado “Viva a República da Coreia!” e “Yoon Suk-yeol, desiste!”

O presidente sul-coreano havia acusado, num discurso na televisão, a oposição “de controlar o parlamento e de simpatizar com a Coreia do Norte”, considerando que a lei seria fundamental para a defesa da ordem constitucional do país.

"Declaro a lei marcial para proteger a República da Coreia livre da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças anti-estatais pró-norte-coreanas que estão a bloquear a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a liberdade constitucional ordem", disse Yoon Suk Yeol.

Os deputados entraram em confronto com as autoridades fora do edifício do parlamento da Assembleia Nacional, em Seul.

Imagens televisivas mostraram tropas a tentar entrar no salão principal da Assembleia Nacional. Porém, retiraram-se pouco depois.

Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, havia considerado que “a declaração da lei marcial está errada” e que se ia opôr à medida.

A lei marcial é uma medida de cariz temporário imposta pelas autoridades militares num período de emergência em que se considera que as autoridades civis estão incapazes de funcionar. Atividades políticas, greves e protestos estão proibidos, segundo o decreto.

A tensão entre os dois países, tecnicamente ainda em guerra, já que o conflito de 1950-53 terminou com um armistício e não um tratado de paz, aumentou depois de, em outubro, a Coreia do Norte acusar o Sul de lançar drones com propaganda para sobrevoar a sua capital. Foi ainda, segundo o Exército Popular da Coreia, uma medida “de autodefesa para inibir a guerra”, falando na resposta a exercícios militares da Coreia do Sul e da presença frequente de submarinos nucleares norte-americanos na região.

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