“Pesadelo”. Israel continua a atacar na Faixa de Gaza
O número de mortos e desaparecidos no bombardeamento israelita de sábado à noite com aviões de combate contra uma rotunda e um complexo residencial em Beit Lahia, norte da Faixa de Gaza, já tinha subido este domingo para 87, havendo mais de 40 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Entre os feridos, indicou a mesma fonte controlada pelo Hamas, há “casos muito críticos” e vítimas por baixo dos escombros, sem que possam ser alcançadas pelas equipas de ambulância e defesa civil. “O Exército de ocupação israelita continua uma clara guerra de limpeza étnica, erradicação e extermínio”, denunciou, por seu turno, o gabinete de imprensa do governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, referindo-se ao ataque mais recente e aos 15 dias consecutivos em que Israel ataca o norte do enclave palestiniano.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel classificaram os números de mortos avançado pelas autoridades de Gaza como “exagerado” e assegurou ter usado “munições de precisão”, justificação que usa com frequência, apesar da morte de dezenas de civis em ataques anteriores. E considerou ainda a área em questão como “uma zona de guerra ativa”.
O coordenador das Nações Unidas para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, alertou este domingo para o “pesadelo” que se vive na Faixa de Gaza, após duas semanas de intensos ataques israelitas no norte do enclave, que deixaram “cenas horripilantes”.
“No norte da Faixa de Gaza estão a acontecer cenas horripilantes no meio do conflito, dos incessantes ataques israelitas e uma crise humanitária cada vez pior”, afirmou este responsável da ONU.
Falando concretamente sobre o ataque de sábado à noite em Beit Lahia, Wennesland condenou a ação e disse que aconteceu após “semanas de intensas operações que causaram numerosas mortes de civis e uma falta quase total de ajuda humanitária” no norte de Gaza.
A Oxfam denunciou também este domingo que o exército israelita matou quatro engenheiros que iam reparar infraestruturas de distribuição de água em Khuzaa, a leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, apesar da coordenação prévia com as autoridades de Telavive. O carro identificado onde seguiam foi bombardeado.
“As suas mortes exacerbam a catastrófica crise humanitária em Gaza, onde o acesso à água potável já está gravemente comprometido”, acrescentou a organização não-governamental sediada no Reino Unido, que qualificou o ataque às infraestruturas civis e àqueles que as mantêm de “violações claras do direito internacional humanitário” e exigiu uma investigação independente.
com Lusa