O que já se sabe sobre o caso da mulher que levou o tio morto ao banco para tentar um empréstimo
Ainda há muito por descobrir no caso da mulher que na terça-feira levou um cadáver a um banco em Bangu, no Rio de Janeiro, na tentativa de conseguir um empréstimo de cerca de três mil euros, uma burla que correu mal e acabou com a mulher detida.
Erika de Souza Vieira Nunes já foi ouvida e deu a sua versão dos factos. Mas há coisas que não coincidem, como o facto de ela dizer que o tio estava vivo quando entrou no banco, quando as primeiras perícias mostram que estava morto há duas horas. Também o grau de parentesco ainda está a ser investigado, podendo em vez de sobrinha ser prima.
Eis aqui respostas a algumas questões.
O que aconteceu de facto no banco?
Por volta das 14.00 (hora do Brasil) de terça-feira, Érika de Souza Vieira Nunes entrou num banco em Bangu levando o cadáver de Paulo Roberto Braga, 68 anos, numa cadeira de rodas. O objetivo era o morto assinar um pedido de empréstimo em seu nome.
Como a polícia foi chamada e chegou ao local?
Os funcionários do banco suspeitaram de burla porque viram que o idoso não aparentava estar bem, sem esboçar reação. Foi então que uma funcionária alertou as autoridades, numa primeira fase para um idoso que aparentava não estar bem, mas depois que estava pálido e sem sinas vitais na altura em que deveria assinar o documento.
O que a mulher alega e qual o grau de parentesco?
Nas imagens vê-se Erika, a burlona, a tentar acordar o idoso e a segurar um das mãos do cadáver com uma caneta. "Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço", diz Erika.
A mulher alegou ser sobrinha e cuidadora do homem, mas as autoridades suspeitam que na realidade sejam primos. O grau de parentesco ainda está a ser investigado.
No depoimento feito às autoridades, Erika disse que decidiu ir ao banco fazer o empréstimo porque o alehado tio tinha-lhe expressado a vontade de comprar uma televisão e fazer uma obra em casa. Ainda às autoridades, a mulher revelou que o morto tinha estado cinco dias internado, devido a uma pneumonia, e só tinha regressado a casa na segunda-feira.
Como se deslocou até ao banco?
Também à polícia, Erika contou que naquele dia chamou um táxi através de uma aplicação e que, como a ajuda do motorista, colocou o tio dentro do carro. Disse também que quando chegou ao banco, o tio, apesar de debilitado, estava consciente, e que só parou de responder quando chegaram oa balcão para assinar os papéis do empréstimo.
Há quanto tempo afinal estava Paulo morto?
Um dos socorristas chamado ao local disse à polícia que Paulo estava morto pelo menos há duas horas. Esta possibilidade foi avançada com base nas manchas roxas que apresentava na cara na altura, sinais que costumam surgir após esse período em que a pessoa já está morta. O motorista do táxi que os levou ao banco, entretanto, garantiu que Paulo estava vivo quando os transportou até à unidade bancária. Uma coisa é certa: há imagens captadas por câmaras na véspera que mostram que o homem estava vivo.
Já se sabe a causa da morte?
Ainda não. O corpo do idoso será autopsiado no Instituto Médico Legal (IML), e só depois se saberão ao certo as causas da morte. Mas algumas notícias veiculadas na imprensa brasileira avançam que morreu por broncoaspiração e falência cardíaca, mas ainda aguarda resultado do exame toxicológico para haver certezas de que os sintomas da morte não foram causados por envenenamento.
Erika incorre em que crimes?
A mulher foi detida em flagrante e é suspeita de tentativa de furto mediante fraude e profanação de cadáver. As autoridades estão ainda a investigar se havia algum tipo de grau de parentesco entre ambos.