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Forças do Iémen responsabilizam EUA de provocar 68 mortos em ataque

Os ataques norte-americanos terão causado "mártires, incluindo crianças e mulheres" na zona de Thaqban, nos subúrbios a noroeste de Sanaa, segundo o canal de televisão controlado pelos Houthis.
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As forças Houthi que controlam o Iémen disseram que o ataque aéreo dos Estados Unidos, na madrugada desta segunda-feira, matou 68 pessoas e causou ferimentos em 47 ao atingir uma prisão onde se encontravam imigrantes de origem africana.

Inicialmente o balanço de vítimas do alegado ataque aéreo norte-americano indicava oito mortos.

Washington ainda não fez qualquer comentário sobre a realização da operação contra a província de Saada, no Iémen.

De acordo com o canal de notícias al-Masirah, das forças huthi, encontrava-se mais de uma centena de pessoas no local atingido sendo que jornalistas ou entidades independentes não tiveram acesso à zona.

Apesar da guerra, os migrantes de origem africana arriscam-se a atravessar o Iémen em busca de oportunidades de trabalho na Arábia Saudita.

Anteriormente, os rebeldes Houthis do Iémen disseram que novos ataques dos Estados Unidos contra os subúrbios da capital Sanaa fizeram pelo menos oito mortos e vários feridos.

Os ataques norte-americanos causaram "oito mártires, incluindo crianças e mulheres" na zona de Thaqban, nos subúrbios a noroeste de Sanaa, segundo o canal de televisão Al-Massiraa, controlado pelos Houthis.

O grupo, que conta com o apoio do Irão e é aliado do movimento islamita palestiniano Hamas, também relatou outros ataques, incluindo contra o bastião de Saada, no norte, e na província de Amran, a norte de Sanaa.

Os últimos ataques elevaram o número de mortos em ataques aéreos dos Estados Unidos no Iémen para 228, de acordo com uma contagem da AFP, baseada em anúncios dos Houthis.

No domingo, o comando do exército dos Estados Unidos para o Médio Oriente, conhecido como Centcom, disse que os ataques norte-americanos atingiram mais de 800 alvos no Iémen desde meados de março, matando centenas de combatentes.

Em 15 de março, os Estados Unidos lançaram uma campanha de bombardeamento contra os Houthis no Iémen para tentar obrigar os rebeldes a cessar ataques contra navios no mar Vermelho, área essencial para o comércio mundial.

"Desde o início da Operação 'Rough Rider', o Centcom atingiu mais de 800 alvos. Estes ataques mataram centenas de combatentes huthis e vários líderes houthis", afirmou o comando, em comunicado.

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Israel bombardeia hospital na Faixa de Gaza e interceta míssil lançado pelos Houthis

Os Houthis, que controlam vastas áreas do Iémen, levaram a cabo dezenas de ataques com mísseis e 'drones' contra navios, que acreditam estar ligados a Israel, em solidariedade com o Hamas.

"Embora os Houthis continuem a atacar as nossas embarcações, as nossas operações reduziram a taxa e a eficácia dos seus ataques. Os lançamentos de mísseis balísticos caíram 69%", enquanto os ataques suicidas com 'drones' "caíram 55%", afirmou o Centcom.

Os ataques dos Houthis estão a interromper severamente o tráfego de carga no mar Vermelho através do canal do Suez, uma artéria vital que transporta normalmente 12% do tráfego marítimo global. Muitas empresas fazem agora um desvio longo e dispendioso pelo sul de África.

Os Houthis também atacaram diretamente o território israelita desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque do grupo islamita Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Estes ataques cessaram com a trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro, mas regressaram após Israel retomar a ofensiva em Gaza, em 18 de março.

Segundo o Centcom, "o Irão continua, sem dúvida, a apoiar os Huthis. Os Houthis só podem continuar a atacar as nossas forças com o apoio do regime iraniano".

Os rebeldes formam atualmente um dos elementos mais ativos do chamado Eixo da Resistência formado por Teerão, após o enfraquecimento do movimento libanês Hezbollah e a queda do regime do antigo presidente Bashar al-Assad na Síria.

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