Novas sanções dos EUA contra extremistas israelitas acusados de violência na Cisjordânia
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Novas sanções dos EUA contra extremistas israelitas acusados de violência na Cisjordânia

Washington acusou a organização Lehava, de Ben Zion Gopstein, de ter estado "envolvida em repetidos atos de violência contra os palestinianos" e sancionou igualmente quatro postos avançados de colonatos "utilizados como base para ações violentas".
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Os Estados Unidos anunciaram esta quinta-feira novas sanções contra extremistas israelitas acusados de incitar à violência na Cisjordânia ocupada.

"Hoje, impomos sanções a três pessoas e a cinco entidades israelitas ligados a atos de violência contra civis na Cisjordânia", anunciou o Departamento de Estado, acrescentando estar envolvida nomeadamente a organização Lehava, de Ben Zion Gopstein.

Principal apoiante de Israel, Washington acusou esta organização extremista de ter estado "envolvida em repetidos atos de violência contra os palestinianos".

O Departamento de Estado sancionou igualmente quatro postos avançados de colonatos "utilizados como base para ações violentas destinadas a deslocar os palestinianos".

"Estes postos avançados têm sido utilizados para perturbar o pastoreio, restringir o acesso a poços e lançar ataques violentos contra palestinianos vizinhos", segundo a mesma fonte.

Os postos avançados, conhecidos como colonatos "selvagens", são construídos sem autorização de Israel, que ocupa a Cisjordânia desde 1967 e onde a violência aumentou drasticamente desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Foram instalados dezenas destes postos, com a sua dimensão a variar entre algumas tendas e edifícios pré-fabricados ligados às redes de água e eletricidade.

Quer sejam ou não autorizadas pelas autoridades israelitas, todas as atividades de implantação de colonatos na Cisjordânia são ilegais à luz do direito internacional.

"Os Estados Unidos continuam profundamente preocupados com a violência extremista e a instabilidade na Cisjordânia, que comprometem a segurança de Israel" e "encorajam o governo israelita a tomar medidas imediatas para responsabilizar esses indivíduos e entidades", acrescentou o Departamento de Estado, em comunicado divulgado.

Em junho, várias ONG acusaram o exército israelita de apoiar ativamente a violência de certos colonos judeus, encorajados por ministros de extrema-direita.

As sanções americanas, que são em grande parte simbólicas, congelam todos os bens destes indivíduos ou entidades nos Estados Unidos e proíbem quaisquer transações financeiras.

Cerca de 490.000 israelitas vivem nestes colonatos na Cisjordânia, entre três milhões de palestinianos.

A ONU tem também apelado a Israel, sem sucesso, para que "congele todas as atividades de colonização" na Cisjordânia.

No início do mês, o Governo israelita aprovou planos para construir quase 5.300 novas casas em colonatos na Cisjordânia ocupada, acelerando o controlo da região.

Segundo o grupo Peace Now, o Conselho Superior de Planeamento do governo israelita aprovou ou avançou com planos para edificação de 5.295 casas em dezenas de colonatos.

A decisão tem como consequência consolidar o controlo israelita sobre território da Cisjordânia e impedir o estabelecimento de um futuro Estado palestiniano.

A campanha acelerada de colonização na Cisjordânia ameaça aumentar ainda mais as tensões na região, que tem assistido a um pico de violência desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro.

Os palestinianos procuram aumentar o controlo sobre a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza -- áreas capturadas por Israel na guerra de 1967 no Médio Oriente -- tendo em vista o estabelecimento de um Estado independente, cujo apoio internacional tem vindo a crescer.

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