O ataque dos rebeldes Houthi que atingiu o centro de Israel causou um incêndio.
O ataque dos rebeldes Houthi que atingiu o centro de Israel causou um incêndio.Menahem KAHANA / AFP

Netanyahu promete vingar raro ataque Houthi

O opositor de direita Avigdor Lieberman acusou o governo de estar “fraco e assustado”, falando na calma vivida em Beirute e Sanaã.
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Um míssil lançado pelos rebeldes Houthi do Iémen, alinhados com o Hamas, atingiu o centro de Israel este domingo, um episódio raro que não causou vítimas, mas aumentou as tensões regionais quase um ano após o início da guerra em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu que os Houthis pagarão um “preço elevado” pelo ataque que deu origem a um incêndio e causou alguns danos perto de Telavive. Já o Hamas elogiou o lançamento do míssil, prometendo que Israel “não desfrutará de segurança a menos que cesse a sua agressão brutal contra o nosso povo na Faixa de Gaza”.

O porta-voz Houthi, Yahya Saree, referiu que o ataque de domingo foi realizado com um “míssil balístico que conseguiu atingir o seu alvo”, enquanto os militares israelitas disseram que uma investigação inicial indicou que o míssil provavelmente se fragmentou no ar, relatando “várias tentativas de interceção” cujos resultados “estão sob revisão”.

Em julho, um ataque de drone Houthi conseguiu ultrapassar as defesas aéreas de Israel e matou um civil em Telavive, a pelo menos 1800 quilómetros do Iémen, provocando ataques retaliatórios que causaram danos e mortes significativos no porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes.

“Os Houthis devem saber que, nesta altura, retaliamos duramente contra aqueles que nos tentam prejudicar. Aqueles que precisam de ser lembrados estão convidados a visitar o porto de Hodeida”, avisou Netanyahu, no início de uma reunião governamental. Palavras duras do primeiro-ministro israelita, mas que não evitaram que fosse criticado por um dos seus principais opositores, Avigdor Lieberman, líder do partido de direita Yisrael Beiteinu. Nas redes sociais, de acordo com a Al Jazeera, Lieberman acusou o governo israelita de estar “fraco e assustado”, comparando o que disse serem mais de 150 alertas da Cúpula de Ferro, o sistema de defesa antiaérea, no domingo em Israel com a calma em Beirute, Sanaã e Teerão.

O ataque surge no dia em que o exército israelita admitiu que há uma “alta probabilidade” de que três reféns sequestrados pelo Hamas a 7 de outubro, e encontrados mortos há meses, tenham perdido a vida num ataque aéreo desencadeado por Telavive.

A possibilidade surge nas conclusões de uma investigação às mortes do cabo Nik Beizer e do sargento Ron Sherman, ambos com 19 anos, e da civil Elia Toledano, de 28. Os corpos das três vítimas foram recuperados em dezembro, num túnel no norte da Faixa de Gaza, mas a causa da morte só foi determinada recentemente. Estes três reféns juntam-se a outros três prisioneiros mortos a tiro “por engano” pelas tropas israelitas em meados de dezembro, em Shujaiya, nos arredores da cidade de Gaza. 

com agências 

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