Netanyahu compara antissemitismo a “doença” numa conferência polémica
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, comparou esta quinta-feira o antissemitismo a uma “doença”, num discurso numa conferência sobre o tema que causou polémica. Para o evento, organizado pelo Ministério da Diáspora e realizado em Jerusalém, foram convidados vários políticos da extrema-direita europeia, como o líder do Reunião Nacional, Jordan Bardella, um partido que tem raízes antissemitas, mas cujo discurso está hoje virado contra os imigrantes muçulmanos.
“Estou consciente da importância simbólica do meu convite, aqui, e da responsabilidade do meu partido para com a História, num momento de guerra contra a barbárie - que é também a nossa guerra”, disse Bardella no evento.
O discípulo de Marine Le Pen, filha de um dos fundadores do partido, Jean-Marie Le Pen, que considerava as “câmaras de gás” dos campos de concentração nazis apenas “um detalhe na história da II Guerra Mundial”.
A eurodeputada Marion Maréchal, neta de Le Pen, também foi convidada, assim como um membro do Fidesz, o partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, e um eurodeputado dos Democratas Suecos.
No seu discurso, Netanyahu disse que, antes do Holocausto, muitas pessoas compreendiam que o crescente antissemitismo europeu destruiria não só os judeus, mas também as civilizações vizinhas.
“Hoje emitimos um aviso semelhante. O destino das sociedades livres está ligado à sua vontade de lutar contra o flagelo do antissemitismo”, afirmou o primeiro-ministro. Netanyahu agradeceu ainda aos convidados: “Obrigado por ficarem ao lado de Israel. Obrigado por ficarem com as forças da civilização contra as forças da barbárie.”
Enquanto isso, Israel prossegue a sua luta contra o Hamas e o Hezbollah. As Forças de Defesa de Israel confirmaram ontem a morte de um comandante do grupo xiita libanês, Ahmad Adnan Bajjiga, no sul do Líbano, e de um dos porta-vozes do Hamas, Abdul Latif al-Qanou, num ataque no norte da Faixa de Gaza.
O Egito indicou, entretanto, que recebeu “indicações positivas” do lado de Israel sobre uma nova proposta de cessar-fogo, que incluiria a libertação dos restantes 59 reféns e o aumento da ajuda humanitária a entrar no enclave.