Grupo terrorista palestiniano quer um acordo que leve ao fim do conflito na Faixa de Gaza.
Grupo terrorista palestiniano quer um acordo que leve ao fim do conflito na Faixa de Gaza. MOHAMMED SABER / EPA

Negociações entre Israel e o Hamas sem progressos

Governo de Netanyahu pretende a libertação de dez reféns. Grupo palestiniano pediu mais tempo para responder à proposta.
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A mais recente ronda de negociações no Cairo para tentar restaurar o cessar-fogo em Gaza e libertar reféns israelitas terminou sem qualquer avanço aparente, adiantaram esta segunda-feira à Reuters fontes palestinianas e egípcias, acrescentando que o Hamas manteve a posição de que qualquer acordo deve levar ao fim do conflito.

De acordo com as mesmas fontes, a delegação do Hamas liderada pelo líder do movimento em Gaza, Khalil Al-Hayya, mostrou alguma flexibilidade sobre quantos reféns poderia libertar em troca de prisioneiros palestinianos mantidos por Israel caso haja o prolongamento de uma trégua, mas rejeitou uma tentativa de restaurar o acordo de cessar-fogo anterior. O grupo terrorista palestiniano pediu ainda mais tempo para responder a esta nova proposta de trégua.

“O Hamas não tem problemas, mas quer garantias de que Israel concorda em iniciar as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo”, levando ao fim da guerra, disse à Reuters uma fonte do Egito, que a par do Qatar e dos Estados Unidos, tem servido como mediador entre as duas partes. “Estamos prontos para libertar todos os prisioneiros israelitas em troca de um acordo sério de troca de prisioneiros, do fim da guerra, da retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e da entrada de ajuda humanitária”, disse, por seu turno, à AFP Taher al-Nunu, um alto quadro do Hamas.

Já o ministro israelita Zeev Elkin afirmou esta segunda-feira que Telavive está a tentar a libertação de dez reféns, após o consentimento anterior do Hamas para libertar cinco. Esta mesma informação foi adiantada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu num encontro com os pais do refém Eitan Mor, segundo informações prestadas esta segunda-feira pelo Fórum Tikva, composto por algumas famílias e amigos de israelitas capturados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023. Já o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que representa a maioria das famílias dos reféns, pediu a Netanyahu para chegar a um acordo que permita a libertação imediata de todos.

Esta segunda-feira também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina condenou o “ataque injustificado e os comentários ofensivos” de Benjamin Netanyahu contra o presidente francês que, na semana passada, admitiu o reconhecimento de um Estado palestiniano - o israelita afirmou que Emmanuel Macron estava “a cometer um grave erro” e que Telavive não recebia lições de moral por parte da França.

O líder francês, que manteve esta segunda-feira uma conversa telefónica com o seu homólogo Mahmoud Abbas, apelou a uma “reforma” da Autoridade Palestiniana no âmbito de um plano que faria com que este órgão sediado na Cisjordânia governasse Gaza no pós-guerra sem o Hamas.

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