O secretário-geral da NATO disse esta sexta-feira temer que "os dias vindouros sejam piores" na Ucrânia, devido à guerra causada pela invasão russa, e que a Rússia avance para outros países da Aliança, como a Geórgia ou a Bósnia-Herzegovina.."É provável que os dias vindouros sejam piores, com mais mortes, mais sofrimento e mais destruição, à medida que as Forças Armadas russas trazem armamento mais pesado e continuam os seus ataques por todo o país", disse Jens Stoltenberg..O responsável falava em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política da organização e no qual cada país membro tem assento ao nível dos chefes de diplomacia.."Esta é a pior agressão militar da Europa em décadas, com cerco a cidades e a escolas, hospitais e edifícios residenciais e ações imprudentes de bombardeamento em torno de uma central nuclear ontem [quinta-feira] à noite e muitos civis mortos ou feridos", assinalou.."A ambição do Kremlin [Presidência russa] é recriar uma esfera de influência e negar a outros países o direito de escolherem o seu próprio caminho e, por isso, os ministros [da NATO] discutiram a necessidade de apoiar os parceiros que possam estar em risco, incluindo a Geórgia e a Bósnia-Herzegovina", referiu Jens Stoltenberg..De acordo com o secretário-geral da Aliança Atlântica, "a agressão da Rússia criou um novo normal para a segurança"..A reunião de hoje do Conselho do Atlântico Norte, presencial e presidida pelo secretário-geral, Jens Stoltenberg, foi alargada aos chefes de diplomacia da Suécia, Finlândia e União Europeia..À tarde, Jens Stoltenberg participa naquele que é o quinto Conselho extraordinário de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE no espaço de pouco mais de uma semana, em formato alargado..O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou que o ataque russo desta madrugada contra a central ucraniana de Zaporizhzhia revela "quão perigosa é esta guerra" na Ucrânia, demonstrando ainda o "perigo potencial de um desastre nuclear".."O ataque realça o quão perigosa é esta guerra", comentou Jens Stoltenberg, falando em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política da organização e no qual cada país-membro tem assento ao nível dos chefes de diplomacia.."Exortamos o Presidente Putin a parar imediatamente esta guerra, a retirar todas as suas forças da Ucrânia e a empenhar-se em verdadeiros esforços diplomáticos de boa-fé. Agora", vincou o líder da Aliança Atlântica..Jens Stoltenberg apontou que o ataque desta madrugada demonstra também "o perigo potencial de um desastre nuclear relacionado com esta guerra"..Ainda assim, segundo observou o secretário-geral, "o que estamos a ver é que o Presidente Putin subestimou totalmente a força das forças armadas ucranianas e eles conseguiram recuar para lutar e abrandar os avanços russos"..E garantiu: "Não fazemos parte deste conflito, mas temos a responsabilidade de assegurar que este não se agrave e se espalhe para além da Ucrânia, porque isso seria ainda mais devastador e mais perigoso, com ainda mais sofrimento humano".."A NATO não procura uma guerra com a Rússia", concluiu Jens Stoltenberg..As tropas russas tomaram a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa, informou hoje o regulador nuclear estatal da Ucrânia, acrescentando que a equipa da central controla o estado dos edifícios e garante seu correto funcionamento..As forças russas bombardearam na noite de quinta-feira para esta sexta-feira a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, onde deflagrou um incêndio, que, entretanto, foi extinto pelos bombeiros..O regulador nuclear estatal da Ucrânia garantiu que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.