Myanmar: Alemanha pede aos seus cidadãos que saiam. EUA retira pessoal diplomático não essencial

Os cidadãos alemães são, portanto, convidados a "deixar o país o mais rápido possível" e enquanto os voos comerciais estiverem disponíveis. Também é altamente recomendável evitar todas as concentrações e manifestações.
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O Governo alemão pediu esta quarta-feira aos seus cidadãos que deixem Myanmar o mais rápido possível devido ao agravamento da situação e aumento da violência, no mesmo dia em que a empresa francesa Voltalia anunciou que abandona o país.

"Uma nova escalada de violência pelas forças de segurança não pode ser descartada e é imprevisível como a situação irá evoluir", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão num comunicado.

Os cidadãos alemães são, portanto, convidados a "deixar o país o mais rápido possível" e enquanto os voos comerciais estiverem disponíveis. Também é altamente recomendável evitar todas as concentrações e manifestações.

Por outro lado, a produtora francesa de energias renováveis Voltalia vai "pôr fim às suas atividades" em Myanmar, segundo um comunicado divulgado hoje pela companhia.

"Devido à crise política e humanitária em Myanmar, a Voltalia decidiu retirar-se do país e tomou medidas para encerrar as suas atividades" no local, anunciou a empresa francesa na nota.

A Voltalia está presente em Myanmar desde 2018, fornecendo eletricidade a "156 torres de telecomunicações" em áreas rurais das regiões de Bago de Irrawaddy. A companhia emprega "43 pessoas" e "está a fazer todo o possível" para garantir "a sua segurança", indicou a empresa.

As suas atividades no país representam "menos de 1% da produção da empresa", especificou Voltalia.

No domingo, o grupo francês EDF anunciou que tinha suspendido um projeto de barragem hidroelétrica em Myanmar.

Várias organizações não-governamentais (ONG) também pediram à Total, ativa no setor de gás em Myanmar, que "pare de financiar a junta" militar.

O grupo petrolífero francês referiu-se domingo a um comunicado divulgado dois dias antes, no qual garante conduzir "as suas atividades de forma responsável, no respeito das leis e dos direitos humanos universais".

Mais de 500 civis morreram, pelo menos uma centena deles no último fim de semana, devido à repressão aos protestos pró-democracia pela polícia e militares desde o golpe militar ocorrido em 01 de fevereiro, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

O exército birmanês bombardeou civis em áreas controladas pelos guerrilheiros Karen ao longo da fronteira com a Tailândia, causando milhares de deslocados, enquanto o conflito com guerrilheiros da minoria a Kachin também aumentou.

Segundo a AFP, os EUA também ordenaram a retirada do pessoal diplomático não essencial de Myanmar.

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