Marcelo congratula corredores humanitários: "É um começo para abrir o caminho da paz"

Presidente da República satisfeito pelo acordo entre Ucrânia e Rússia, à margem da adaptação do Pavilhão da Polícia Municipal de Lisboa num centro de acolhimento para refugiados.
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Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se satisfeito pelo acordo entre Ucrânia e Rússia para a abertura de corredores humanitários durante o conflito, falando que é um "começo" para "abrir o caminho da paz".

"Queria congratular os corredores humanitários. O ideal seria o cessar-fogo, mas corredores humanitários é um começo. É abrir o caminho da paz", afirmou, à margem da adaptação do Pavilhão da Polícia Municipal de Lisboa num centro de acolhimento para refugiados.

A propósito do centro de acolhimento, o Presidente da República elogiou a solidariedade do povo português em torno da casa ucraniana, comparando-a mesmo "à causa de Timor-Leste" aquando da ocupação indonésia.

"Este é um exemplo da solidariedade do povo português em torno de uma causa. Já ouvi dizer que faz lembrar a causa de Timor-Leste. Os ucranianos são bem-vindos em Portugal e contam aqui uma sociedade que louva o seu contributo. Por todo o país haverá o que aqui arranca", frisou.

Já o presidente da Câmara de Lisboa explicou esta quinta-feira como vai funcionar o acolhimento de refugiados ucranianos. "Com a ajuda da embaixadora da Ucrânia, vamos ajudar ucranianos que não puderam voltar às suas casas e preparar-nos para os que vão chegar. Preparámos este centro de acolhimento em 24 horas, em coordenação com a ARS, porque estas pessoas precisam de cuidados de saúde. Temos de acolher as pessoas de forma organizada. São nossos irmãos ucranianos", afirmou Carlos Moedas.

"Está tudo preparado. As pessoas podem chegar. Estamos a ajudar 17 pessoas que estavam em Portugal e não puderam voltar. Hoje já temos mais de 800 contactos, um terço dos quais de pessoas que precisam de ajuda", acrescentou o edil lisboeta.

"Este é um centro de acolhimento temporário. Estamos a pensar como podemos integrar estas pessoas a longo prazo, junto inclusivamente dos agrupamentos escolares. Queremos que as crianças que cheguem possam ir à escola", concluiu, não temendo surtos de covid-19 no centro de acolhimento.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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