A Polícia da República de Moçambique anunciou esta sexta-feira ter detido em todo o país 371 pessoas em resultado dos protestos na quinta-feira e na madrugada de sexta, com confrontos entre as autoridades policiais e manifestantes, num balanço da ação policial nas manifestações convocadas por Venâncio Mondlane..O candidato presidencial apoiado pelo Podemos convocou dois dias de paralisações e manifestações “pacíficas” a nível nacional em Moçambique a partir de quinta-feira. “Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos. E não precisamos de informar a polícia, o município”, anunciou Mondlane, que se encontra em parte incerta há quase uma semana por razões de segurança, tendo acrescentado que “o país, nestes dois dias, devia ficar parado”..O Governo português aconselhou os portugueses que se encontram em Moçambique a evitarem ajuntamentos populares e a manterem cuidados de segurança redobrados, face à agitação social que se tem verificado desde as eleições..O primeiro dia de protestos coincidiu com o anúncio dos resultados das eleições gerais de dia 9, com a Comissão Nacional de Eleições a declarar a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo nas presidenciais, com 70,67% dos votos, seguido de Mondlane, com 20,32%. Na terceira posição ficou Ossufo Momade, presidente da Renamo, até agora maior partido da oposição, com 5,81%, seguido de Lutero Simango, presidente do MDM, com 3,21%..Chapo disse que vai ser o “presidente de todos os moçambicanos, incluindo aqueles que se estão a manifestar”, enquanto que Mondlane rejeitou “de forma liminar, de forma taxativa, estes resultados”. “São resultados tremendamente e absurdamente falsos, adulterados, mentirosos. Não são resultados que refletem a vontade do povo”, disse..Na mesma linha, Momade afirmou que a Renamo não reconhece os resultados anunciados e que, se estes não forem anulados, “não se responsabiliza pelos possíveis eventos pós-eleitorais”..Já Simango garantiu que os resultados eleitorais foram “forjados na secretaria”, prometendo “ação política e jurídica” para repor a “vontade popular”. .com Lusa