Siarhei Tsikhanouski fotografado em tribunal em 2021
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Líder da oposição bielorrussa foi libertado após mais de cinco anos na prisão

Siarhei Tsikhanouski e mais 13 outros prisioneiros foram levados e libertados na Lituânia, após conversações entre o presidente Lukashenko e o enviado especial dos EUA, Keith Kellogg.
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A Bielorrússia libertou Siarhei Tsikhanouski, um dos líderes da oposição no país, detido há mais de cinco anos, quando anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais de 2020. Segundo a agência Reuters, este constitui o ato mais "significativo até agora do presidente Alexander Lukashenko para tentar minorar o seu isolamento do Ocidente".

O homem, de 46 anos, foi levado até a Lituânia onde se reencontrou com a mulher, Sviatlana Tsikhanouskaya, que assumiu o seu papel na oposição bielorrusa, mas se exilou no país vizinho.

De acordo com o governo lituano, além de Siarhei Tsikhanouski, foram ainda libertados e levados para a Lituânia outros 13 prisioneiros, após conversações entre o presidente Lukashenko e o enviado especial dos EUA, Keith Kellogg. Destes 13, cinco eram bielorrussos, três da Polónia, dois da Letónia e dois do Japão, bem como um da Suécia e outro da Estónia.

Nas imagens de vídeo partilhadas pelo seu gabinete, Siarhei Tsikhanouski é visto a sair de uma carrinha, de cabeça rapada, mas com um grande sorriso, ao mesmo tempo que abraça demoradamente a mulher. "É difícil descrever a alegria no meu coração", disse ela.

O seu principal conselheiro político, Franak Viacorka, disse à Reuters que Tsikhanouski perdeu peso e que a sua saúde se ressentiu. Ele disse que "parece uma pessoa diferente", mas que estava de bom humor e brincou com autoridades americanas.

Numa publicação na rede social X, Sviatlana Tsikhanouskaya agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, assim como a Kellogg e outros, "pelos esforços para garantir a libertação do seu marido".

Lukashenko tem sido duramente criticado pelo Ocidente ao longo dos anos após a repressão brutal das manifestações pró-democracia, em 2020, bem como por ter permitido que Vladimir Putin, seu aliado próximo, lançasse parte da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a partir do território bielorrusso.

Em 2024, Lukashenko libertou mais de 300 prisioneiros, no que os analistas políticos consideram ter sido "o início de uma tentativa de restabelecer" relações com governos ocidentais, bem como de tentar obter um alívio nas sanções internacionais contra o país.

Mas ainda há opositores detidos, entre os quais o vencedor do Prémio Nobel da Paz Ales Bialiatski.

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Bielorrúsia: Cem opositores condenados por se manifestarem

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