Líder do partido de Bolsonaro demarca-se da "vergonha" da violência na capital

Centenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial.
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O líder do Partido Liberal (PL), força política de Jair Bolsonaro, demarcou-se da "vergonha" da invasão dos apoiantes do ex-presidente brasileiro às sedes dos poderes, num dia que apelidou como "triste para o Brasil". Num vídeo publicado hoje, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal do ex-presidente Jair Bolsonaro, assegura que os responsáveis pelo ataque de hoje às instituições em Brasília "não representam" Bolsonaro.

"Hoje é um dia triste para o Brasil. Todos os eventos que realizámos após as eleições em frente ao quartel foram um exemplo de educação, confiança e brasilidade", disse o líder da PL, aludindo aos acampamentos de manifestantes para reclamar uma intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente do Brasil, após a vitória na segunda volta das eleições presidenciais sobre Jair Bolsonaro, que procurava a sua reeleição para um segundo mandato.

"Havia famílias que representavam Bolsonaro, representando a direita. O ato de hoje em Brasília é uma vergonha para todos nós e não representa o nosso partido ou Bolsonaro", argumentou.

Para Costa Neto, "a polícia é segurança e estes setores de segurança têm de fazer o seu trabalho". "Não apoiamos estes atos. Apoiamos 'Pátria, família e liberdade'. Apoiamos atos de bem. O ato de hoje em Brasília foi uma vergonha para todos nós", insistiu.

Também o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (partido Republicanos), eleito com o apoio de Jair Bolsonaro, condenou a violência na capital brasileira.

"Para que o Brasil possa caminhar, o debate deve ser o de ideias e a oposição deve ser responsável, apontando direções. Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP [São Paulo]!", escreveu, na rede social Twitter.

Os manifestantes, que furaram as barreiras de proteção da polícia, pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.

A Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF e o chefe de Estado brasileiro prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.

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