Israel aprova quarta dose da vacina para a população mais vulnerável
O ministério da Saúde de Israel autorizou, esta quinta-feira, a administração da quarta dose da vacina para pessoas vulneráveis, nomeadamente imunodepressivos, de modo a enfrentar o aumento dos casos de covid-19 devido à variante Ómicron.
A luz verde surge numa altura em que chegou a Israel uma primeira remessa de comprimidos da Pfizer contra a covid-19. "Aprovei a quarta dose da vacina para imunodepressivos", disse Nachman Ash, diretor-geral do Ministério da Saúde.
A decisão, explica o responsável, foi feita com base em "estudos que mostram o benefício da vacina, incluindo a quarta dose" na população vulnerável e tendo em conta o aumento de casos de covid-19 devido à variante Ómicron.
A decisão foi anunciada quando as autoridades de saúde israelitas reportaram mais de 4000 novos casos, um valor diário de infeções que não era registado no país desde setembro.
O ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, disse que Israel estava a enfrentar "uma quinta onda", com a maioria dos casos provavelmente relacionados à variante Ómicron.
Nesta quinta-feira, um voo proveniente da Bélgica chegou a Tel Aviv com um um carregamento de comprimidos da Pfizer contra a covid-19, o que o primeiro-ministro, Naftali Bennett, saudou como uma "adição importante ao arsenal na guerra contra a pandemia."
"Graças à nossa ação rápida, os medicamentos chegaram a Israel rapidamente e vão ajudar-nos a ultrapassar o pico da próxima onda de Ómicron", disse Bennett.
De referir que o regulador norte-americano, a Food and Drug Administration (FDA) autorizou na semana passada o medicamento Paxlovid da Pfizer para pessoas de risco elevado com 12 anos ou mais.
Em ensaios clínicos, o tratamento com estes comprimidos demonstrou reduzir as hospitalizações e mortes por covid-19 em 88% entre as pessoas consideradas de risco.
Os tratamentos por via oral bloqueiam a capacidade do vírus de se replicar e devem resistir a variantes, dizem os especialistas.
Até agora, os principais tratamentos para a covid-19 são os anticorpos sintéticos ou o remdesivir, o antiviral da Gilead.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) também permitiu que os estados-membros utilizassem o medicamento da Pfizer antes da aprovação formal como medida de emergência.
Ran Balicer, presidente do painel nacional de especialistas de Israel sobre a covid-19, disse que o medicamento poderá "reduzir drasticamente o risco de doenças graves, potencialmente reduzindo também a pressão hospitalar".
Acrescentou que os medicamentos são essenciais, "além de vacinas e máscaras".
Recorde-se que Israel foi um dos primeiros países do mundo a disponibilizar uma terceira dose da vacina a toda a população. Cerca de 4,2 milhões de pessoas numa população de 9,4 milhões, receberam três doses da vacina contra o SARS-CoV-2.