Incêndios continuam fora de controlo em Los Angeles
Os incêndios iniciados na terça-feira e que consomem o condado de Los Angeles em cinco frentes prosseguem sem controlo. Obrigaram à deslocação de dezenas de milhares de pessoas de áreas urbanas e suburbanas em que não se conseguiu travar o avanço das chamas. Um dia depois de ter visitado os serviços de emergência daquela cidade californiana, o presidente cessante decidiu cancelar a sua última visita ao estrangeiro para acompanhar os esforços de combate ao desastre ao nível federal.
Na quinta-feira à tarde, o xerife do condado Robert Luna disse que a contagem de vítimas mortais - cinco - em Eaton não está terminada. “Infelizmente, penso que o número de mortos vai aumentar”, disse Luna, tendo em conta as informações preliminares dos dois maiores incêndios, o de Pacific Palisades, na zona oeste da cidade, e o de Eaton, na zona leste.
As autoridades emitiram ordens de retirada em zonas habitadas por 180 mil residentes e avisos para outros 200 mil . Muitos dos habitantes que não tiveram de fugir estão sem eletricidade, contando-se 425 mil clientes privados de energia.
Sobre Pacific Palisades, a comandante dos bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley, disse terem ardido “milhares de casas” num dos “desastres naturais mais destrutivos na história de Los Angeles”. O procurador distrital Nathan Hochman descreveu a sua viagem por aquele bairro de classe alta como uma experiência “apocalíptica”. Em conferência de imprensa, disse: “Em cada um dos quarteirões que percorri, aquelas casas já não existem. São escombros.”
Enquanto a prioridade se mantém em conter as chamas e salvar vidas, a chuva de críticas iniciada por Donald Trump e prosseguida por muitos outros às autoridades políticas e dos serviços de emergência - da capacidade de prevenção ao desempenho no combate ao desastre -, é factual que os incêndios ocorrem sob condições meteorológicas ideais para a catástrofe: a região recebeu os ventos de Santa Ana, um fenómeno caracterizado pela deslocação de massas de ar quentes e fortes, oriundas do deserto do Nevada, e que ocorre com alguma regularidade. Mas estes ventos, que sopraram a 80 km/h com rajadas até 130 km/h, juntaram-se à seca e consequente baixa humidade.