Helicóptero no combate às chamas em Hollywood. Na maior parte do tempo, os ventos fortes impediram  o uso de meios aéreos.
Helicóptero no combate às chamas em Hollywood. Na maior parte do tempo, os ventos fortes impediram o uso de meios aéreos. EPA/ALLISON DINNER

Incêndios continuam fora de controlo em Los Angeles

Cerca de 180 mil pessoas obrigadas a fugir e outras 200 mil estão em alerta. Autoridades temem que o número de mortos suba. Joe Biden cancelou visita a Itália para acompanhar a situação.
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Os incêndios iniciados na terça-feira e que consomem o condado de Los Angeles em cinco frentes prosseguem sem controlo. Obrigaram à deslocação de dezenas de milhares de pessoas de áreas urbanas e suburbanas em que não se conseguiu travar o avanço das chamas. Um dia depois de ter visitado os serviços de emergência daquela cidade californiana, o presidente cessante decidiu cancelar a sua última visita ao estrangeiro para acompanhar os esforços de combate ao desastre ao nível federal.

Helicóptero no combate às chamas em Hollywood. Na maior parte do tempo, os ventos fortes impediram  o uso de meios aéreos.
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Na quinta-feira à tarde, o xerife do condado Robert Luna disse que a contagem de vítimas mortais - cinco - em Eaton não está terminada. “Infelizmente, penso que o número de mortos vai aumentar”, disse Luna, tendo em conta as informações preliminares dos dois maiores incêndios, o de Pacific Palisades, na zona oeste da cidade, e o de Eaton, na zona leste.

As autoridades emitiram ordens de retirada em zonas habitadas por 180 mil residentes e avisos para outros 200 mil . Muitos dos habitantes que não tiveram de fugir estão sem eletricidade, contando-se 425 mil clientes privados de energia.

11 700
Hectares de área ardida nos cinco incêndios quando nenhum estava controlado. Em 2024, a Califórnia registou oito mil fogos florestais em 424 mil ha (em comparação, em Portugal arderam 146 mil ha).

Sobre Pacific Palisades, a comandante dos bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley, disse terem ardido “milhares de casas” num dos “desastres naturais mais destrutivos na história de Los Angeles”. O procurador distrital Nathan Hochman descreveu a sua viagem por aquele bairro de classe alta como uma experiência “apocalíptica”. Em conferência de imprensa, disse: “Em cada um dos quarteirões que percorri, aquelas casas já não existem. São escombros.”

Enquanto a prioridade se mantém em conter as chamas e salvar vidas, a chuva de críticas iniciada por Donald Trump e prosseguida por muitos outros às autoridades políticas e dos serviços de emergência - da capacidade de prevenção ao desempenho no combate ao desastre -, é factual que os incêndios ocorrem sob condições meteorológicas ideais para a catástrofe: a região recebeu os ventos de Santa Ana, um fenómeno caracterizado pela deslocação de massas de ar quentes e fortes, oriundas do deserto do Nevada, e que ocorre com alguma regularidade. Mas estes ventos, que sopraram a 80 km/h com rajadas até 130 km/h, juntaram-se à seca e consequente baixa humidade.

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