Ataques norte-americanos de sábado contra vários bastiões do grupo xiita do Iémen provocaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos
Ataques norte-americanos de sábado contra vários bastiões do grupo xiita do Iémen provocaram pelo menos 31 mortos e 101 feridosYAHYA ARHAB/EPA

Houthis dizem estar prontos para escalada após ataques dos EUA

Casa Branca garantiu que os ataques americanos mataram “vários líderes Houthis importantes”. O Irão negou estar a ajudar os rebeldes e avisou os EUA que responderá caso venha a ser ameaçado.
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Os Houthis garantiram este domingo estar prontos para “enfrentar escalada com escalada” depois dos ataques norte-americanos de sábado contra vários bastiões do grupo xiita do Iémen, incluindo a capital Sanaa, e que provocaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos. Esta foi a maior operação militar dos Estados Unidos no Médio Oriente desde o regresso à Casa Branca de Donald Trump, que prometeu usar uma “força letal esmagadora” até que os rebeldes, apoiados pelo Irão, deixem de atacar navios no Mar Vermelho.

O primeiro sinal de resposta terá sido dado, segundo os Houthis, com “uma operação militar específica contra o porta-aviões norte-americano USS Harry S. Truman e os seus navios de guerra no norte do Mar Vermelho, com 18 mísseis balísticos e de cruzeiro e um avião não tripulado”. No entanto, uma fonte da Defesa dos EUA disse à Reuters não ter informação de qualquer ataque por parte dos rebeldes iemenitas.

“As nossas Forças Armadas iemenitas estão totalmente preparadas para responder à escalada com escalada”, afirmou no domingo o Gabinete Político dos Houthis em comunicado, classificando os ataques dos Estados Unidos como um “crime de guerra”. Da parte de Washington, o Comando Central, que supervisiona as tropas norte-americanas no Médio Oriente, descreveu os mesmos ataques como o início de operação de grande escala em todo o Iémen.

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Houthis reagem a ataque dos EUA com ofensiva contra navios de guerra

A Casa Branca informou entretanto que os ataques de sábado tiveram como alvo “vários líderes Houthis e eliminaram-nos”, explicou o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, à ABC. À Fox News, Waltz esclareceu que os ataques tiveram “uma força esmagadora”, num aviso ao Irão de que “já chega!”. “Todas as opções estão em cima da mesa” para impedir o Irão de adquirir armas nucleares, acrescentou.

Os Houthis avisaram na semana passada as transportadoras marítimas que “qualquer navio israelita” que passe nas águas próximas do Iémen é novamente um alvo, uma vez que Israel continua a bloquear a entrada de ajuda em Gaza. Um aviso que diz respeito ao Mar Vermelho, ao Golfo de Adém, ao Estreito de Bab el-Mandeb e ao Mar Arábico e que volta a lançar o caos numa área marítima crucial entre a Ásia e a Europa, ameaça as receitas do Canal do Suez, no Egito, e poderá interromper o envio de ajuda para zonas de guerra. De recordar ainda que, no passado, os rebeldes tiveram uma definição vaga do que era um navio israelita, o que significa que outras embarcações podiam ser visadas.

O presidente dos EUA avisou ainda no sábado que o Irão tem de acabar imediatamente com o seu apoio aos Houthis, sublinhando que, se Teerão ameaçar Washington, “a América irá responsabilizá-los totalmente e não seremos gentis com isso!”

Em resposta, o chefe dos Guardas da Revolução deixou claro que o Irão vai retaliar contra qualquer ataque. “O Irão não procura a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas adequadas, resolutas e definitivas”, garantiu o general Hossein Salami. O mesmo responsável negou que o Irão esteja envolvido nos ataques dos Houthis, assegurando que Teerão “não desempenhou qualquer papel na definição das políticas nacionais ou operacionais” dos grupos rebeldes do Iémen.

Horas antes, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, havia afirmado que os EUA “não têm o direito de ditar” a política externa do Irão. “O Governo norte-americano não tem autoridade, nem o direito de ditar a política externa do Irão”, escreveu Araghchi na rede social X, apelando ao “fim da matança do povo iemenita”.

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