As autoridades norte-americanas têm vindo a colocar secretamente dispositivos de localização em remessas selecionadas de chips de inteligência artificial (IA) de alto risco, numa tentativa de travar a sua exportação ilegal para a China, de acordo com duas fontes com conhecimento direto do assunto, citadas pela Reuters, mas que pediram anonimato.Esta tática, anteriormente não reportada, revela a determinação dos EUA em fazer cumprir as suas restrições de exportação. Os dispositivos de localização são usados para detetar se chips de IA estão a ser desviados para destinos sob sanções norte-americanas, e aplicam-se apenas a envios específicos que estão sob investigação.As fontes da Reuters referem que a medida é um sinal dos esforços a que os EUA estão a chegar para impor as suas restrições à exportação de chips para a China. Os dispositivos podem ajudar a construir processos contra indivíduos e empresas que violam os controlos de exportação.A tecnologia tem sido usada em investigações de contrabando de semicondutores nos últimos anos. Várias pessoas envolvidas na cadeia de abastecimento de servidores de IA confirmaram estar cientes do uso destes dispositivos em remessas de fabricantes como a Dell e a Super Micro, que contêm chips da Nvidia e da AMD.As remessas desviadas são regularmente inspecionadas em busca dos dispositivos, de acordo com dois revendedores de chips na China.As autoridades chinesas criticaram as restrições à exportação impostas pelos EUA e as propostas de rastreamento, considerando-as uma tentativa de conter o seu desenvolvimento. As empresas envolvidas, como a Dell e a Super Micro, afirmaram não ter conhecimento da iniciativa, enquanto a Nvidia e a AMD recusaram-se a comentar.Entretanto, foi revelado um acordo fora do comum entre a Nvidia e o governo dos EUA. A empresa concordou em pagar 15% da sua receita das vendas de certos chips de IA para a China em troca de licenças de exportação, permitindo, desta forma, contornar as restrições e vender chips como o H20 da Nvidia no mercado chinês.