Eurogrupo: "Todos de acordo e preparados para aumentar sanções". Embargo ao gás "não está excluído"

Comissário da Economia considera que a situação em Bucha "justifica uma nova tomada de medidas".

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe revelou esta segunda-feira, no Luxemburgo, que os ministros das Finanças da zona euro estão "todos de acordo e preparados" para reforçar as sanções contra a Rússia. Donohoe fez a afirmação depois de o comissário da Economia, Paolo Gentiloni defender que o massacre da cidade Bucha "justifica uma nova tomada de medias".

O embargo ao gás russo uma possibilidade que "está em cima da mesa", apesar do impacto económico, reconhecido por Bruxelas. "Se quisermos responder a esta ação militar com instrumentos económicos temos de enfrentar esse custo", admitiu o comissário, frisando que "se as sanções forem alargadas para um embargo ao gás, esse impacto vai aumentar".

O comissário da economia afirma que, para já, a União Europeia não vai acionar a mais poderosa das sanções contra a Rússia. Mas não tem dúvidas que o massacre de Bucha "justifica" uma ação proporcional.

"A situação que estamos a presenciar justifica uma nova tomada de medidas. Não vamos, por agora, tomar medidas em relação ao embargo do gás. Mas, no futuro, isto não está excluído. E, está relacionado com a evolução da guerra, e não tanto se vai afectar mais a Rússia ou a União Europeia", defendeu.

O presidente do Eurogrupo, Pascal Donohoe garante que os governos da zona euro estão "prontos" para responder com novas sanções.

"O pano de fundo para o nosso encontro foram as imagens horríveis dos ataques praticados pelas tropas russas contra civis na Ucrânia. Estamos todos de acordo e mentem-nos preparados para aumentar as sanções [contra a Rússia] e o apoio ao povo ucraniano", assegurou.

Na tarde desta segunda-feira, a presidente do Parlamento Europeu já tinha defendido uma nova ronda de sanções, dirigida ao setor da energia da Rússia.

"Precisamos de intensificar a nossa estratégia de fazer dessa invasão ilegal o erro mais caro que o Kremlin já praticou. O impacto na economia da Rússia deve ser proporcional à atrocidade sem precedentes que estamos a assistir", defendeu Metsola, à espera que o setor privado também entenda a mensagem.

"As nossas empresas devem buscar prosperidade noutros mercados e nós apoiaremos", prometeu a presidente, salientando que o setor da energia também deve ser implicado nas sanções contra a Rússia.

"A Europa deve acelerar uma política de dependência zero do Kremlin, separar a Europa do fornecimento de energia russo, implementar embargos obrigatórios e parar de financiar indiretamente essas bombas", afirmou.

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