"Eurásia aberta de Lisboa a Vladivostok". A declaração ameaçadora de Medvedev
O aliado de Vladimir Putin e antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, sugeriu que o objetivo de Moscovo é "a paz das futuras gerações de ucranianos" e construir finalmente "uma Eurásia aberta entre Lisboa e Vladivostok".
A publicação de Medvedev no Telegram, repete alegações amplamente rejeitadas pelo Kremlin e de simpatizantes do nazismo na Ucrânia, referindo que parte dos ucranianos "tem orado pelo Terceiro Reich nos últimos 30 anos" e que as tropas russas têm encontrado várias alusões ao nazismo nas unidades militares ucranianas, como copos com suásticas.
O ex-presidente russo questiona também a Ucrânia como um país independente, fazendo referência a "uma pseudo-história do estado ucraniano", e acusa Kiev de ter falsificado imagens da maternidade de Mariupol e Bucha para colocar o Ocidente contra Moscovo.
"Para desumanizar a Rússia na sua máxima difamação, o carro falso de Kiev está pronto para matar casualmente os seus próprios civis", acrescentou o antigo presidente russo (2008 a 2012).
Nos últimos dias, dezenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev que esteve várias semanas ocupada pelas tropas russas e foi recentemente reconquistada pelos ucranianos.
Muitos dos mortos estavam espalhados na rua ou em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes.
Moscovo rejeitou em absoluto qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kiev.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.