Dois dos últimos sobreviventes do massacre de Nanjing, Yi Lanying e Tao Chengyi, morreram este fim de semana, com 99 e 89 anos, respetivamente, informou esta segunda-feira a instituição que preserva a memória do evento.As mortes fixam em 28 o número de sobreviventes conhecidos, segundo o Centro de Memória das Vítimas do Massacre de Nanjing, cometido pelas tropas japonesas, no final de 1937.O massacre deixou uma marca profunda na vida de Yi Lanying, que enfrentou uma existência traumatizada pelo medo e pela ansiedade e desejou que as gerações futuras "nunca esqueçam as vidas inocentes que se perderam", recordou o Centro de Memória, após a sua morte.Tao Chengyi, por sua vez, perdeu o pai, o tio e o primo nesse episódio que, segundo chegou a dizer, destruiu a sua infância.As histórias destas vítimas foram incluídas em 2015 no Registo da Memória do Mundo da Unesco.A 13 de dezembro de 1937, o exército imperial japonês invadiu Nanjing, no leste da China, e nas seis semanas seguintes as suas forças incendiaram e saquearam a cidade, violaram em massa dezenas de milhares de mulheres e mataram entre 150.000 e 340.000 pessoas, segundo várias fontes históricas.Todos os anos, nesta data, a China lembra o próprio "holocausto" no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, com uma cerimónia no Memorial às Vítimas do Massacre de Nanjing.Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu grande parte do território chinês, onde cometeu graves crimes de guerra, tais como massacres sistemáticos de civis, experiências com armas biológicas e a utilização de mulheres chinesas como "escravas sexuais" por oficiais do exército japonês.Pequim tem criticado frequentemente Tóquio por adotar o que considera ser uma posição revisionista sobre a invasão.