Diretora do Serviço Secreto dos EUA demite-se devido a atentado contra Trump
A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou ao cargo esta terça-feira, avança a imprensa norte-americana, um dia depois de Cheatle ter reconhecido perante uma comissão na Câmara dos Representantes que a agência fracassou na sua missão de impedir a tentativa de assassinato contra Donald Trump.
Kimberly Cheatle - que desempenhava as funções de diretora do Serviço Secreto desde agosto de 2022 - enfrentava uma pressão crescente de republicanos e mesmo alguns democratas para se demitir, quando decorrem investigações sobre a forma como o atirador, um homem de 20 anos, conseguiu chegar tão perto do candidato presidencial republicano num comício de campanha ao ar livre na Pensilvânia, a 13 de julho.
"Assumo total responsabilidade pela falha de segurança", escreveu Cheatle numa mensagem de correio eletrónico enviada hoje aos funcionários do Serviço Secreto, reconhecendo que é com pesar que abandona o cargo.
"Já era tempo de o fazer, já o devia ter feito há pelo menos uma semana", disse Mike Johnson, o presidente republicano da Câmara dos Representantes, aos jornalistas. “Estou feliz por ver que atendeu ao apelo dos republicanos e dos democratas.”
Cheatle compareceu perante uma comissão do Congresso na segunda-feira e disse que o ataque a Trump, que foi ligeiramente ferido na orelha direita, representou um fracasso do Serviço Secreto.
A diretora agora demissionária chamou-lhe mesmo “a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas”.
Cheatle provocou ainda a ira dos legisladores de ambos os partidos ao recusar-se a fornecer detalhes específicos sobre o ataque, citando a existência de múltiplas investigações ativas.
O atirador abriu fogo contra Trump com uma espingarda de assalto estilo AR poucos minutos depois de este ter começado a falar no evento de campanha.
Empoleirado no telhado de um edifício próximo, o atacante foi morto a tiro por um atirador do Serviço Secreto menos de 30 segundos depois de ter disparado o primeiro de oito tiros.
Os investigadores concluíram que o jovem, que vivia numa cidade a cerca de 80 quilómetros de Butler, agiu sozinho e não conseguiram identificar quaisquer tendências ideológicas ou políticas fortes.
Dois participantes no comício ficaram gravemente feridos e um bombeiro da Pensilvânia, de 50 anos, Corey Comperatore, morreu atingido por um dos tiros.
O ex-médico de Trump disse no fim de semana que o candidato republicano sofreu um ferimento de bala de dois centímetros (quase uma polegada) na orelha direita.
“A bala passou, chegando a menos de um quarto de polegada de entrar na sua cabeça, e atingiu o topo da sua orelha direita”, disse o ex-médico da Casa Branca, Ronny Jackson.
Cheatle serviu como agente do Serviço Secreto durante 27 anos, antes de sair em 2021 para se tornar chefe de segurança na América do Norte da PepsiCo. Foi nomeada para chefiar a agência pelo presidente Joe Biden em 2022.
* com agências
notícia atualizada às 16.22