Detido na Estónia professor universitário russo suspeito de espiar para Moscovo

Detido na Estónia professor universitário russo suspeito de espiar para Moscovo

O serviço de segurança interna da Estónia revelou que lançou uma investigação sobre Viacheslav Morozov, cidadão russo e professor de política internacional na Universidade de Tartu, pelo seu alegado envolvimento em atividades de espionagem destinadas a minar a segurança nacional do país do báltico.
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A polícia da Estónia deteve um professor russo que lecionava na Universidade de Tartu, a instituição de ensino superior de maior prestígio do país báltico, por suspeitas de espionagem para Moscovo, revelaram esta terça-feira as autoridades estónias.

O serviço de segurança interna (ISS, na sigla em inglês) da Estónia revelou que lançou uma investigação sobre Viacheslav Morozov, cidadão russo e professor de política internacional na Universidade de Tartu, pelo seu alegado envolvimento em atividades de espionagem destinadas a minar a segurança nacional do país do báltico.

As autoridades não adiantaram mais detalhes sobre as atividades de Morozov, enquanto estão a decorrer as investigações, referiram o serviço de segurança e os procuradores, em comunicado conjunto.

"O caso atual soma-se a mais de vinte anteriores e ilustra o desejo dos serviços de inteligência russos de se infiltrarem em várias áreas da vida da Estónia, incluindo o setor científico", frisou Margo Palloson, diretora-geral do ISS, citada da nota de imprensa.

Palloson garantiu que "o interesse da inteligência russa na Estónia continua elevado".

A justiça da Estónia sublinhou que emitiu um mandado de detenção de Morozov, que está em prisão preventiva desde 03 de janeiro para evitar que fuja ao processo criminal e continue a "cometer crimes em geral".

As relações políticas entre a Rússia e a vizinha Estónia, um país de 1,3 milhões de habitantes que é membro da União Europeia e da NATO, estão 'congeladas' desde 1991, quando a pequena nação báltica recuperou a sua independência da antiga União Soviética.

A diretora-geral do ISS e o procurador, Triinu Olev, sublinharam esta terça-feira aos meios de comunicação social locais que Morozov foi recrutado como espião pelos serviços secretos russos há vários anos, estando inclusive na sua folha salarial.

Palloson frisou à estação pública da Estónia ERR que Morozov mantinha reuniões no seu país natal com membros dos serviços secretos russos "com alguma regularidade".

A Universidade de Tartu é a maior e mais antiga da Estónia, fundada em 1632.

Morozov está associado à universidade desde 2010, onde trabalhou como professor de estudos UE-Rússia entre 2016-2023 e como professor de teoria política internacional, até à sua detenção.

A universidade, que fica na segunda maior cidade da Estónia, anunciou terça-feira que rescindiu contrato com o professor russo.

Segundo informações na sua página na rede social Facebook, Morozov é cientista político e ex-professor da Universidade Estatal de São Petersburgo, uma das renomadas instituições académicas da Rússia.

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