Mina antipessoal.Os EUA já tinham fornecido minas detonadas de forma remota (Claymore), um tipo não abrangido na Convenção de Otava, que proíbe o uso e transferência de minas terrestres antipessoais. Mas os EUA (tal como a Rússia) não são signatários do acordo, ao contrário da Ucrânia, e agora, para ajudar a travar o avanço russo a leste, vão fornecer minas antipessoal descritas como “não persistentes”, ou seja, autodestroem-se ou perdem a carga da bateria para ficarem inativas num espaço curto de tempo. .Mísseis de longo alcance.Pedidos desde os primeiros meses de invasão aos EUA, os mísseis balísticos ATACMS chegaram há um ano à Ucrânia, mas o seu alcance de 300km pode agora ser usado em território russo. O mesmo para os mísseis de cruzeiro franco-britânicos SCALP/Storm Shadow, estes lançados do ar, e em teoria com um alcance superior ao ATACMS. Depois de esta limitação ter sido levantada pela administração norte-americana, o presidente ucraniano voltou a pedir à Alemanha o fornecimento dos mísseis Taurus (500 km de alcance e em stock em número relativamente alto), mas o chanceler Olaf Scholz, contra a opinião dos parceiros da coligação moribunda e contra a opinião do líder da oposição e favorito à vitória nas eleições de fevereiro, mantém-se contra. .No plano de vitória de Zelensky está inscrito o pedido aos EUA dos mísseis Tomahawk, com alcance de 2500 quilómetros. .Defesa aérea.O que Kiev mais tem pedido aos aliados para se proteger. Em outubro de 2022 recebeu o primeiro sistema, o alemão Iris-T, e desde então tem sido Berlim na liderança, ao fornecer 27 sistemas e baterias, entre os Iris e os norte-americanos Patriot. .Aviões de caça.Aos primeiros ataques aéreos russos, a Ucrânia pediu a aplicação de uma zona de exclusão aérea, algo que foi de pronto recusado porque o risco de confronto aéreo entre a NATO e a Rússia seria elevado. Mas também pediu à NATO 1% dos seus aviões e 1% dos seus tanques. Os EUA foram rejeitando o pedido, tendo alegado o risco de escalada e as dificuldades logísticas, de preparação e de manutenção. A Suécia estava pronta para transferir os seus Gripen (considerados mais adequados às necessidades ucranianas), mas estava dependente da entrada na NATO. Por fim, depois de meses de pressão de Kiev e de debate interno na Administração Biden, os EUA permitiram a transferência de F-16 dos aliados e acabaram por se juntar à coligação inicial de que Portugal faz parte para a formação de pessoal, técnicos e pilotos. No entanto, os EUA continuam a recusar o envio de aviões seus. Até agora só os Países Baixos enviaram um número indeterminado de um total de 24 aviões. Os outros países que se comprometeram a enviar F-16 são a Dinamarca, Bélgica, Noruega e Grécia, perfazendo mais de 100. Em paralelo, a França pretende enviar os primeiros três Mirage 2000, de um total de 12 até 20..Tanques.Os primeiros carros de combate a reforçar as forças ucranianas foram aqueles apreendidos aos russos, seguidos dos PT-91 polacos. No início de 2023, Londres anuncia envio dos Challenger 2 (14), Washington os M1 Abrams (31) e vários países os tanques Leopard 1 e 2 (mais de duas centenas). Em abril, Kiev tirou os Abrams sobreviventes da linha da frente (20 terão sido destruídos) devido à ameaça dos drones. Em outubro, a Austrália anunciou o envio de mais 49 desses tanques. .Veículos blindados.Neste particular, os EUA contribuíram com a maior parte, ao entregarem 352 Bradleys, seguidos dos Países Baixos (269 YPR-765), Alemanha (140 Marder) e Chéquia (131 BVP-1).