O Conselho da União Europeia (UE) adotou esta terça-feira um pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem pedir até final do ano.“O Conselho adotou hoje um regulamento que estabelece o instrumento SAFE – Ação para a Segurança da Europa. O SAFE é um novo instrumento financeiro da UE que apoiará os Estados-membros que desejem investir na produção industrial de defesa através de compras conjuntas, com foco nas capacidades prioritárias”, indica a instituição em comunicado.A adoção surge depois de, na semana passada, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE, com abstenção da Hungria, terem dado ‘luz verde’ ao programa.. A Comissão Europeia, que propôs tal instrumento, já veio saudar a aprovação e indicar que os países têm agora seis meses para os países submeterem a Bruxelas os seus planos iniciais, após o SAFE entrar em vigor na quinta-feira.“Na sequência de uma proposta da Comissão, espera-se que o Conselho adote decisões de execução, que incluirão o montante do empréstimo e qualquer pré-financiamento. O pré-financiamento, que pode ir até 15% do empréstimo, garantirá que o apoio possa ser pago rapidamente para cobrir as necessidades mais urgentes, potencialmente a partir de 2025”, especifica o executivo comunitário em nota à imprensa.A última aprovação de desembolsos pode ser efetuada até 31 de dezembro de 2030..O Livro Branco da Defesa da União Europeia: Oportunidades para a Indústria de Defesa Nacional .Previsto está que este pacote de empréstimos, designado como SAFE, facilite compras conjuntas de material militar entre os Estados-membros e seja financiado através de dívida conjunta emitida pela UE e depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem.Podem ser abrangidos produtos como munições, mísseis e sistemas de defesa aérea e balística.O programa estipula uma preferência europeia que exige que pelo menos 65% dos componentes de cada produto final adquirido provenham de países da UE, da Ucrânia ou de membros do Espaço Económico Europeu e que o que vem de países terceiros não ultrapasse os 35% do custo estimado de cada produto.As compras conjuntas estão abertas à participação de países terceiros, como os que são candidatos à adesão à UE e outros com os quais a União tenha acordos de segurança e defesa (como Noruega, Moldávia, Japão, Coreia do Sul, Macedónia do Norte e Albânia).Em causa está um novo instrumento europeu de crédito em circunstâncias extraordinárias (num total de 150 mil milhões de euros, semelhante ao de empréstimos a condições favoráveis criado durante a covid-19 para evitar o desemprego), uma das medidas do plano de 800 mil milhões de euros para defesa na UE.Ainda não é claro se o Governo português vai recorrer a estes empréstimos.A UE pode ter de gastar 250 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 3,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), para a sua segurança face à guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.Entre 2021 e 2024, a despesa dos Estados-membros com defesa aumentou mais de 30%, para 326 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,9% do PIB da UE.Portugal investiu cerca de 1,55% do PIB em defesa no ano passado e já disse que, antes da anterior data prevista de 2029, chegará aos 2%, sem revelar como e quando..Marcelo diz que UE deve ter "uma defesa própria" com Portugal e Espanha "no núcleo duro"