A Antarctic and Southern Ocean Coalition (ASOC), coligação de mais de duas dezenas de organizações não-governamentais que trabalha na proteção da Antártida e do Oceano Austral, é a vencedora do Prémio Gulbenkian para a Humanidade de 2025. O júri do prémio, liderado pela antiga chanceler alemã Angela Merkel, distinguiu a ASOC “pelo seu trabalho na proteção de um dos mais cruciais e frágeis ecossistemas do mundo e na preservação de um dos territórios mais remotos do planeta”. O prémio tem um valor de um milhão de euros.“Estas regiões podem parecer distantes, mas são fundamentais para a saúde e o futuro do planeta. Aceitamos este prémio em nome da nossa coligação e de todos os que continuam a proteger um dos últimos ecossistemas ainda intocados da Terra”, disse a diretora-executiva da ASOC, Claire Christian, ao receber o prémio, junto com o cofundador da coligação, Jim Barnes, na Fundação Gulbenkian. O Prémio Gulbenkian para a Humanidade visa distinguir indivíduos e organizações que lideram os esforços da sociedade para enfrentar as alterações climáticas e a perda de biodiversidade. Este ano o júri recebeu 212 nomeações de 115 países. “A região da Antártida é um ecossistema único e frágil, particularmente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Ao situar-se fora da jurisdição de um só país, a região precisa de um nível extraordinário de cooperação internacional para proteger e preservar este recurso precioso”, indicou Merkel. “O júri quis reconhecer as conquistas da ASOC e a forma como tem demonstrado que a colaboração global é possível. A ASOC transmite esperança às gerações vindouras e é uma justa vencedora deste prémio”, acrescentou Merkel. A antiga chanceler alemã lembra que as prioridades - “as da grande política e as prioridades pessoais de cada um” - mudaram nos últimos anos, questionando se ainda há espaço para a sustentabilidade e a proteção do clima ou se isso já está “fora da moda”. A resposta é clara para Merkel:“A proteção do clima e dos recursos é mais importante do que nunca nos dias de hoje e deve ser abordada e prosseguida de forma consistente desde já. Porque se as consequências negativas das alterações climáticas continuarem com a mesma intensidade que até agora, os fundamentos da nossa vida na Terra serão postos em causa. Independentemente de outras crises. É por isso que as medidas e os esforços já empreendidos não devem abrandar.”Este é o sexto ano em que o prémio é atribuído. Em 2020, na primeira edição, a vencedora foi a ativista sueca Greta Thunberg. No ano passado, o prémio colocou o foco na agricultura. Os vencedores foram o Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming (Índia), o cientista Rattan Lal (EUA/Índia), e a Sekem e a Associação Biodinâmica Egípcia. .Agricultura sustentável leva a palma do Prémio Gulbenkian para a Humanidade