China quer reprimir comportamentos “maliciosos” em plataformas de vídeos curtos
FOTO: Artur Machado

China quer reprimir comportamentos “maliciosos” em plataformas de vídeos curtos

Campanha visa criar um ambiente digital “claro e ordenado”, através da “identificação e correção de comportamentos irregulares” em plataformas de vídeo como o Douyin, a versão chinesa do TikTok.
Publicado a
Atualizado a

As autoridades da China lançaram esta terça-feira uma campanha destinada a combater o que consideram ser comportamentos “maliciosos” nas plataformas de vídeos curtos, como a versão chinesa do TikTok, incluindo a dramatização e a imitação.

A Administração do Ciberespaço disse que a iniciativa visa criar um ambiente digital “claro e ordenado”, através da “identificação e correção de comportamentos irregulares” em plataformas de vídeo como o Douyin, a versão chinesa da aplicação internacional TikTok, que está bloqueada na China.

A campanha centrar-se-á em tendências como a criação deliberada de conteúdos falsos, tais como a “encenação de situações lamentáveis”, a falsificação de identidade ou a “invenção de histórias melodramáticas com fins lucrativos”, por vezes sob o pretexto de ajudar grupos vulneráveis ou de aliviar a pobreza, noticiou o jornal local The Paper.

As autoridades instaram as plataformas a realizar inspeções minuciosas e a tomar medidas de controlo também contra a divulgação de informações falsas através de técnicas como a edição manipulada, a apresentação distorcida de factos ou a utilização indevida de ferramentas de inteligência artificial.

Será igualmente controlado o conteúdo que viole as regras de decência pública, como o assédio verbal ou físico em espaços públicos, bem como os vídeos que contenham insinuações sexuais ou mostrem roupas provocantes, que procurem “induzir interações de natureza vulgar”, apontou o regulador.

As autoridades vão concentrar-se nas práticas que visam atrair visualizações de forma considerada “inadequada”, especialmente as que visam grupos vulneráveis. Entre essas práticas, o regulador citou os títulos demasiado sensacionalistas e a publicação de avaliações fictícias de produtos ou serviços.

As aplicações de vídeos curtos na China, incluindo o Douyin e o Kuaishou, têm cerca de mil milhões de utilizadores, de acordo com o Centro de Informação sobre Internet e Redes do país.

Nos últimos anos, os reguladores lançaram várias campanhas contra comportamentos como ostentação de riqueza, “informações falsas”, “conteúdos inadequados” e “valores errados” nessas plataformas, levando ao encerramento de milhares de contas.

A China é o país com mais utilizadores de Internet no mundo, mas ao mesmo tempo um dos países com maior controlo sobre conteúdos. Serviços populares no resto do mundo como o Google, Facebook, Twitter e YouTube estão bloqueados no país há vários anos.

China quer reprimir comportamentos “maliciosos” em plataformas de vídeos curtos
China trava acordo para venda da TikTok nos EUA após Trump impor tarifas

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt