Chile aprova vacina para crianças a partir dos seis anos
Com cinco votos a favor e um contra, o Instituto de Saúde Pública do Chile (ISPCH) aprovou a administração da vacina da Sinovac contra a covid-19 a crianças a partir dos seis anos. Falta agora o Ministério da Saúde definir as datas para dar início ao processo de vacinação nesta faixa etária.
O presidente do ISPCH, Heriberto García, fez saber, segundo o The Guardian, que a decisão foi baseada na revisão da informação dada pela farmacêutica chinesa Sinovac e nos dados de estudos já partilhados em publicações médicas especializadas.
"Com o objetivo de continuar a proteger a população, aprovámos a vacina CoronaVac para meninos e meninas do Chile a partir dos seis anos", afirmou García numa mensagem do ISPCH publicada nas redes sociais.
Esta aprovação surge numa altura em que Chile já imunizou totalmente mais de três quartos da população adulta.
À CNN Chile, o responsável explicou que "há estudos em fase 1 e 2" que mostram que a "vacina é segura para crianças e também possui produção de anticorpos".
"Podemos dizer que a vacina da Sinovac, com todas as variantes que existem no Chile, é 63% eficaz na prevenção do contágio", afirmou Heriberto García à estação de televisão.
Um dos estudos que está em curso é o que está a ser levado a cabo pela Universidade Católica do Chile, que abrange quatro mil crianças, entre os três e os 17 anos, e que pretende precisamente analisar os efeitos da vacina do laboratório chinês em crianças e jovens.
Após a luz verde do instituto de saúde pública, cabe agora ao Ministério da Saúde chileno definir a data para dar início ao processo de vacinação contra a covid-19 em crianças a partir dos seis anos.
A China foi mais longe e aprovou a administração das vacinas da Sinovac e da Sinopharm a crianças entre os três e os 17 anos.
Mas no que se refere à inoculação dos mais novos, as decisões nem sempre são consensuais, sendo que mais de 20 países recomendam a vacinação contra o SARS-CoV-2 a partir dos 12 anos, de forma restrita ou universal. É o caso de Portugal.
A 10 de agosto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou "a vacinação de todos os adolescentes dos 12 aos 15 anos de idade", sem necessidade de indicação médica, deixando de ficar circunscrita a casos de doenças de risco.
A decisão foi tomada tendo como base "novos dados", em concreto os impactos registados nos "mais de 15 milhões adolescentes vacinados nos Estados Unidos e na União Europeia" que revelaram ser "extremamente raros" os casos de miocardites e pericardites.
Antes, em maio, a Agência Europeia de Medicamentos aprovou a vacina da Pfizer/BioNTech para a faixa etária dos 12 aos 15 anos, e, mais tarde, aprovou também a vacina da Moderna para a mesma faixa etária.
Além de Portugal, Israel, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e Reino Unido são alguns dos países em que é recomendada a vacinação a maiores de 12 anos, de forma restrita ou universal.