Chanceler alemão pede mais esforços para paz com Rússia
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Chanceler alemão pede mais esforços para paz com Rússia

Olaf Scholz defendeu que a Rússia deveria participar na próxima cimeira de paz sobre o fim da guerra.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Olaf Scholz, pediu hoje mais esforços diplomáticos para alcançar a paz na Ucrânia "o mais rapidamente" possível, quando a guerra com a Rússia está no terceiro ano.

"Penso que agora é altura de discutir como podemos sair desta situação de guerra e alcançar a paz mais rapidamente", afirmou Scholz, numa entrevista à emissora pública ZDF, defendendo que a Rússia deveria participar na próxima cimeira de paz sobre o fim da guerra.

Estas declarações acontecem um dia depois de o Presidente ucraniano ter anunciado que vai partilhar um plano de paz com o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, e com os candidatos presidenciais Kamala Harris e Donald Trump.

"Preparei um plano e quero partilhá-lo com o atual Presidente dos Estados Unidos porque há alguns pontos que dependem" daquele país, afirmou Volodymyr Zelensky em declarações a jornalistas italianos à margem do Fórum Ambrosetti, que reúne personalidades das áreas política e económica em Cernobbio (norte de Itália) para debater os desafios globais.

Zelensky não revelou pormenores do plano, alegando que ainda é confidencial e será finalizado em novembro, altura em pretende o apresentar a Biden, mas também aos candidatos Kamala Harris (democrata) e Donald Trump (republicano), assim como aos líderes do G7.

"Queremos garantias", salientou o Presidente ucraniano, ao avançar que o "primeiro contacto será com Biden", embora, pelas suas declarações, fique claro que os aliados ocidentais poderão desempenhar um papel importante como "uma garantia de cessar-fogo" na guerra entre a Ucrânia e a Rússia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente. 

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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