Centenas de pessoas homenageiam Lenine no centenário da sua morte
Centenas de comunistas quiseram assinalar em Moscovo, na Rússia, o centenário, cumprido este domingo, da morte de Lenine, pai da Revolução de Outubro de 1917 e dirigente fundador do Estado Soviético, em 1922.
Logo de manhã, apesar de o termómetro indicar 16 graus negativos, os participantes na cerimónia - comunistas organizados, simpatizantes, membros da Juventude Comunista, parlamentares da bancada comunista na Duma do Estado, homens e mulheres de todas as idades - foram-se juntando na Praça Manéjnaia, junto ao monumento erguido em honra do general Jukov, herói da II Grande Guerra.
Entre três a quatro centenas de pessoas estavam quase todas com flores na mão ou empunhando cartazes com a figura de Lenine ou bandeiras vermelhas com a foice e o martelo. Viam-se pessoas de idade avançada, com símbolos soviéticos na lapela dos casacos, mas também muitos jovens. Por entre estas deambulavam muitos jornalistas estrangeiros, fáceis de reconhecer pelos aparelhos profissionais que manejavam.
Por volta do meio-dia, a pequena multidão avançou para a Praça Vermelha, a dois passos de distância, onde se localiza o Mausoléu Lenine desde o ano da sua morte, 1924.
"Lenine tentou construir na Terra um Estado em que governasse o trabalho, não o capital, tendo como valores mais importantes o humanismo, a justiça, a amizade entre os povos, um teto para cada família e pão em cada mesa", declarou Guennadi Ziuganov, secretário-geral do Partido Comunista da Federação Russa KPRF), durante a sua intervenção, após a cerimónia da deposição de flores.
Embora não tivesse completado 54 anos de vida, continuou, "em qualquer grande biblioteca da Rússia encontram-se os 55 volumes que compõem a sua obra completa".
Ziuganov lembrou que o conhecido sociólogo americano Immanuel Wallerstein afirmou, antes de falecer, há alguns anos, que "é inevitável concretizarem-se na Terra os desígnios de Lenine, daqui a vinte ou trinta anos, caso contrário a Humanidade morre" e que no mesmo sentido se pronunciou o dramaturgo e escritor irlandês Bernard Shaw.
"Lenine foi o primeiro a demonstrar que é possível construir uma sociedade de qualidade, diferente daquele em que temos vivido", salientou o dirigente dos comunistas russos, durante a sua intervenção de 20 minutos.