Um tribunal brasileiro decretou na segunda-feira prisão preventiva para o suposto líder de um grupo investigado por alegadamente planear um atentado com explosivos caseiros durante o concerto de Lady Gaga no Rio de Janeiro.O suspeito, que não foi identificado, foi detido no domingo no estado do Rio Grande do Sul e libertado horas mais tarde, após pagar fiança. Na segunda-feira, voltou a ser detido, depois de não ter comparecido a uma audiência judicial agendada.O mandado de detenção foi emitido pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Penitenciário (Nugesp), que teve em conta que o suspeito estava na posse de três armas, de acordo com uma nota do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.Na argumentação, a juíza enfatizou a importância de combater o discurso de ódio "para construir uma sociedade mais justa, segura e democrática".No domingo, a Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro anunciou a operação e a detenção de duas pessoas, entre as quais o alegado responsável pela operação e um adolescente, que foi detido no Rio.A operação foi realizada em simultâneo em treze imóveis nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.A investigação identificou que os suspeitos recrutavam pessoas através da Internet, para “promover ataques com o uso de explosivos improvisados”.Os alegados suspeitos usavam "perfis falsos" nas redes sociais para se fazerem passar por "membros da comunidade de seguidores de Lady Gaga, conhecidos mundialmente como 'Little Monsters' [Pequenos Monstros]", afirmou em comunicado o Ministério da Justiça, que colaborou na operação.As autoridades indicaram que o grupo tentou realizar um ataque durante o concerto da cantora norte-americana, que atraiu cerca de 2,1 milhões de pessoas à praia de Copacabana, para "ganhar notoriedade nas redes sociais" e no âmbito de um desafio."A rede promovia a radicalização dos adolescentes, a disseminação de crimes de ódio", sobretudo contra a comunidade LGBTI, "a automutilação e os conteúdos violentos como forma de pertença e desafio entre os jovens", notou o Ministério da Justiça.A operação, denominada "Fake Monster" (Monstro Falso), foi motivada por um alerta do departamento de Inteligência da Polícia do Rio de Janeiro, que "identificou células digitais voltadas à indução de condutas violentas em jovens por meio de linguagens cifradas e desafios com simbologia extremista".Lady Gaga deu um concerto gratuito na praia de Copacabana, que durou cerca de duas horas e foi realizado sob forte segurança, envolvendo cerca de 5.000 agentes..Dois detidos por planearem ataque com bombas no concerto de Lady Gaga no Rio de Janeiro