Joe Biden fará 82 anos poucos dias depois das eleições presidenciais de 5 de novembro.
Joe Biden fará 82 anos poucos dias depois das eleições presidenciais de 5 de novembro.

Biden marca terceiro aniversário na Casa Branca já em modo campanha

Sondagens não são animadoras para o presidente democrata, apesar dos números positivos da economia obtidos nestes anos. Aposta na defesa do direito ao aborto arranca esta semana.
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“Hoje marca três anos desde que KamalaHarris e eu tomámos posse, e desde então passamos todos os dias a lutar pelos trabalhadores americanos. Desde a limitação dos custos dos medicamentos sujeitos a receita médica e dos investimentos históricos em infraestruturas até ao tornar os cuidados de saúde mais acessíveis e ao cancelamento de mais de 130 mil milhões de dólares em dívidas estudantis, estamos a fazer enormes progressos - e estamos prontos para terminar o trabalho”. Esta foi a mensagem deixada este sábado por Joe Biden no Instagram para marcar o terceiro aniversário da sua tomada de posse como presidente dos Estados Unidos, numa altura em que o democrata já anda em pré-campanha para as eleições de novembro onde irá, muito provavelmente voltar a enfrentar Donald Trump. 

E não vai ser uma campanha e uma eleição fácil para o democrata, que completará 82 anos cerca de duas semanas depois de os norte-americanos escolherem quem querem ver como presidente. As sondagens revelam que a popularidade de Joe Biden está em níveis historicamente baixos e que mesmo dentro do seu partido são muitos os que duvidam que consiga bater o adversário republicano a 5 de novembro. 

Uma sondagem YouGov divulgada há poucos dias pela CBS referia que qualquer um dos três principais candidatos republicanos à nomeação - Trump (50/48), Ron DeSantis (51/48) e Nikki Halley (53/45) - poderia vencer Biden e que Trump seria até aquele com uma menor vantagem sobre o democrata.

Um dos grandes problemas de Joe Biden tem sido conseguir convencer os americanos de que o seu mandato tem sido um sucesso - a mesma sondagem YouGov mostra que quando questionados sobre “como sentem que estão hoje as coisas nos Estados Unidos”, 34% respondeu muito mal, 33% relativamente mal, 27% relativamente bem e apenas 6% disse estar muito bem.

Mas a verdade é que um dos sucessos da administração Biden é a economia:  a taxa de desemprego está nos 3,7%, depois de ter chegado aos 15% no início da pandemia (ainda na administração Trump), foram criados um recorde de 14 milhões de empregos em três anos, a recessão prevista por analistas que chegaria em 2023 nunca se materializou, a bolsa de Wall Street fechou o ano perto de níveis recorde, a inflação está a baixar e os americanos estão a recuperar o seu poder de compra. 

Mesmo assim, os eleitores têm manifestado a ideia de que todos estes indicadores positivos não são suficientes para voltarem a dar um voto de confiança em Joe Biden, sendo que, ao mesmo tempo, as sondagens mostram que também não confiam no que os republicanos têm para oferecer, e que estarão dispostos a escolher a opção menos má a 5 de novembro. 

A seu favor, Joe Biden tem também uma enorme capacidade de angariar fundos para a sua campanha, que se adivinhará longa e dispendiosa, a que se junta o facto de a rica comunidade judaica nos Estados Unidos estar unida em torno do presidente, em parte graças ao apoio que tem sido dado a Israel na luta contra o Hamas. 

Um dos seus pontos fracos é a quebra de popularidade junto daqueles que foram determinantes para a sua eleição em 2020 - minorias étnicas, independentes, jovens e mulheres. Para tentar reverter esta situação, principalmente junto destes dois últimos grupos, Biden vai aproveitar o 51. aniversário do reconhecimento do direito constitucional  ao aborto nos Estados Unidos (Roe v. Wade), entretanto revertido, para trazer o assunto para o centro da campanha. 

“Em 2024, um voto em Joe Biden e Kamala Harris é um voto para restaurar Roe, e um voto em Donald Trump é um voto para proibir o aborto em todo o país”, disse esta semana à AP Julie Chavez Rodriguez, a gestora da campanha de Biden. “Essas são as apostas em 2024 e continuaremos a garantir que cada eleitor saiba disso.”

Para que isto aconteça, além de anúncios, estão marcados dois eventos para amanhã (um com Biden e outro com a vice-presidente Kamala Harris) e um grande comício para terça-feira em que os dois estarão presentes. 

ana.meireles@dn.pt

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