Especialistas americanos a caminho da Índia. Um sobrevivente da tragédia aérea: "Ouvi um grande estrondo"
FOTO: EPA/SIDDHARAJ SOLANKI

Especialistas americanos a caminho da Índia. Um sobrevivente da tragédia aérea: "Ouvi um grande estrondo"

242 pessoas seguiam a bordo da aeronave e companhia confirma 241 mortos. Polícia local aponta para 290 mortos confirmados.
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Air India confirma 241 mortos no voo

A Air India confirma que 241 pessoas morreram na queda do voo AI171, havendo um único sobrevivente.

"A Air India apresenta as suas mais profundas condolências às famílias dos falecidos. Os nossos esforços estão agora focados inteiramente nas necessidades de todos os afetados, das suas famílias e entes queridos", pode ler-se numa publicação na rede social X.

Uma equipa psicólogos foi enviada pela companhia aérea para Ahmedabad para prestar apoio às famílias enlutadas e auxiliar as autoridades locais. A companhia aérea acrescentou que está a cooperar plenamente com as autoridades que lideram a investigação.

Paulo Rangel agradece colaboração a homólogo indiano

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, agradeceu esta quinta-feira ao homólogo indiano a "total e pronta colaboração” das autoridades de Nova Deli após o desastre aéreo na cidade indiana de Ahmedabad que vitimou sete cidadãos portugueses.

Na conversa com o homólogo indiano Subrahmanyam Jaishankar a respeito do “trágico” acidente aéreo de Ahmedabad, os chefes de diplomacia dos dois países “apresentaram condolências” e Paulo Rangel agradeceu o apoio de Nova Deli, segundo nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social X.

“Os povos indiano, britânico e português estão de luto. Sentidos pêsames às famílias”, adianta a nota.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros esclareceu, em comunicado, que nenhum dos sete cidadãos portugueses que morreram no acidente aéreo “possui família a viver em Portugal”.

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério “lamenta o trágico acidente e reitera sentidas condolências às famílias afetadas, em particular às dos sete nacionais portugueses que faleceram na sequência da queda do avião”.

“Até ao momento foi possível apurar que nenhum dos nacionais portugueses possui família a viver em Portugal”, salienta-se na nota, em que se acrescenta que, dos sete cidadãos com passaporte português, “cinco estão registados no consulado de Londres e dois em Manchester”.

“Neste momento, os familiares estão a caminho das morgues para identificar os corpos”, adianta-se na nota, na qual se refere que não chegou ainda qualquer pedido de ajuda às autoridades portuguesas.

FAA ajuda na investigação do acidente

O Secretário dos Transportes norte-americano confirmou esta tarde que a agência federal de aviação (FAA) está a auxiliar na investigação do acidente

Os Estados Unidos prometeram total apoio à investigação da queda do voo 171 da Air India, com investigadores da FAA já a caminho de Ahmedabad.

Segundo Sean Duffy, o Secretário dos Transportes, afirmou que o país está "profundamente entristecido pelo acidente na Índia.

"As nossas orações estão com as famílias que perderam entes queridos", disse.

Este responsável afirmou ainda que a FAA já contratou a Boeing e a GE, fabricantes da aeronave, para apoiar a investigação.

Um avião da Air India despenhou-se esta quinta-feira, 12 de junho, em Ahmedabad, no oeste da Índia, poucos minutos depois de ter descolado em direção a Londres, em Inglaterra, tendo embatido contra uma zona residencial.

De acordo com a polícia local, citada pela Reuters, já estão confirmados 290 mortos, sendo que pelo menos 240 dos 242 ocupantes da aeronave morreram. No entanto, em conferência de imprensa, Amit Shah, ministro da Administração Interna da Índia, disse haver a "possibilidade de um número de mortes elevado”, mas assegurou que o número certo só será divulgado depois de serem realizados os testes de ADN aos familiares das vítimas, para que possam ser identificados todos aqueles que morreram no acidente.

"O tanque de combustível cheio e o calor intenso dentro do avião devido ao fogo não permitiram salvar vidas", disse o mesmo governante.

O único sobrevivente encontrado a bordo do Boeing 787-8 Dreamliner era um homem com dupla nacionalidade britânica e indiana e que vive em Londres há 20 anos. Dá pelo nome de Vishwash Kumar Ramesh e ocupava o lugar 11A do avião, de acordo com uma fonte policial citada pelo Times of India.

Este sobrevivente foi encaminhado para um hospital onde está a receber assistência médica. No entanto, o sobrevivente já falou ao jornal Hindustan Times, tendo explicado que ouviu "um grande estrondo" cerca de 30 segundos após a descolagem, após o qual o avião começou a perder altitude. "Aconteceu tudo muito rápido", disse Vishwash Kumar Ramesh, que sofreu lesões no peito, olhos e pés devido ao impacto.

"Quando me levantei, havia corpos por todo o lado. Fiquei com medo. Levantei-me e corri. Havia pedaços de avião por toda a parte. Alguém me agarrou, colocou-me numa ambulância e levou-me para o hospital", disse o homem que terá perdido o irmão que estava a bordo, mas sentado noutro local do avião.

A bordo seguiam 242 pessoas (incluindo onze crianças), entre as quais sete portugueses, assim como 169 indianos, 53 britânicos e um canadiano. Um dos passageiros era Vijay Rupani, um antigo governante do Estado indiano de Gujarate.

Os corpos estão a ser retirados dos escombros do edifício no qual o avião embateu e levados para o hospital.

O comissário G.S. Malik disse à Associated Press que, como o avião caiu numa área residencial, "alguns moradores também terão morrido". "O número exato de vítimas está a ser apurado", acrescentou.

A embaixada de Portugal em Nova Deli está em contacto com as autoridades indianas e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que está a tentar reunir toda a informação possível sobre o incidente, para confirmar a presença de portugueses no voo.

O embaixador Luís de Almeida Sampaio, após contactar com o embaixador português em Nova Deli, confirmou à SIC Notícias a presença de sete portugueses no voo, provenientes do Estado indiano de Gujarate. Os serviços consulares vão avaliar caso a caso.

"Temos a informação de que estariam sete cidadãos com nacionalidade portuguesa a bordo. São pessoas com dupla nacionalidade, portuguesa e indiana. Provavelmente têm residência em Inglaterra. Estamos a averiguar, mas há relatos de que há sobreviventes. Queremos expressar as condolências aos familiares das pessoas que faleceram", adiantou o secretário de Estado das comunidades, Emídio Sousa, ainda sem conseguir detalhar se as vítimas com nacionalidade portuguesa são da mesma família.

O primeiro-ministro português também já reagiu ao acidente, manifestando "profunda consternação". "Foi com profunda consternação que tomei conhecimento do trágico acidente de aviação na Índia, no qual seguiam 7 cidadãos com nacionalidade portuguesa. Em meu nome e do Governo, quero expressar votos de pesar e profunda solidariedade para com os familiares das vítimas", escreveu na rede social X.

O avião, um Boeing 787-8 Dreamliner, tinha como destino o aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido, informou a Air India.

O acidente ocorreu poucos minutos após a descolagem e o avião caiu numa zona residencial, avançam os canais de televisão indianos. "O edifício onde o avião caiu é um alojamento médico... limpámos quase 70% a 80% da área e vamos limpar o resto em breve", disse um alto responsável da polícia aos jornalistas.

Uma mãe disse à agência de notícias indiana ANI que o seu filho saltou do segundo andar do edifício aquando do embate do avião e que, embora tenha sofrido alguns ferimentos, está a salvo.

As imagens mostraram destroços em chamas, com um fumo negro e espesso a subir para o céu perto do aeroporto, assim como pessoas a ser transportadas em macas e em ambulâncias.

"O voo AI171, a operar entre Ahmedabad e Londres Gatwick, envolveu-se num incidente hoje, 12 de junho de 2025. Neste momento, estamos a apurar os detalhes", escreveu a Air India na rede social X.

De acordo com o controlo de tráfego aéreo do aeroporto de Ahmedabad, a aeronave descolou às 13h39 (hora local) da pista 23 e emitiu uma chamada de "Mayday", sinalizando uma emergência, mas depois disso não houve resposta da aeronave.

A Air India informa também que criou uma linha direta dedicada aos passageiros, no número 1800 5691 444, para fornecer mais informações.

A Air India assegura que está a cooperar totalmente com as autoridades que estão a investigar o incidente.

A companhia aérea divulga mais informações através de atualizações regulares em (https://x.com/airindia) e no site http://airindia.com.

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