Ataques de Israel no Iémen contra alvos dos Houthis matam seis pessoas
EPA/YAHYA ARHAB

Ataques de Israel no Iémen contra alvos dos Houthis matam seis pessoas

Exército israelita disse ter atacado "um local militar situado no palácio presidencial, as centrais elétricas de Assar e Hezyaz" e um local de armazenamento de combustível".
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Os bombardeamentos da força aérea israelita contra alvos dos Houthis na capital iemenita, no domingo, causaram seis mortos e 86 feridos, informaram os rebeldes pró-iranianos.

Afirmando agir em solidariedade com os palestinianos da Faixa de Gaza, vítimas da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, os Houthis lançam regularmente ataques com mísseis e 'drones' contra território israelita, embora a maioria seja intercetada.

Após os ataques, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu que "o regime terrorista Houthi pagará um preço muito alto pela agressão contra o Estado de Israel", enquanto os Houthis já avisaram que vão retaliar.

"Agressão israelita à capital Sana", cidade controlada pelos Houthis, lê-se no canal dos rebeldes, Al-Massirah, na rede social X.

"Vários ataques visaram uma estação da companhia petrolífera na rua al-Sittine" e uma "central elétrica" no sul de Sana, já bombardeada por Israel há uma semana.

A agência de notícias dos insurgentes, a Saba, deu conta de seis mortos e 86 feridos, dos quais 21 em estado grave, citando o Ministério da Saúde.

Em Israel, o exército indicou em comunicado ter atacado "um local militar situado no palácio presidencial, as centrais elétricas de Assar e Hezyaz, bem como um local de armazenamento de combustível, todos utilizados para atividades militares".

O Ministério da Defesa israelita divulgou uma foto com Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Israel Katz, e o chefe do Estado-Maior, o tenente-general Herzi Halevi, a acompanhar a operação militar no Iémen a partir de um 'bunker' de comando.

"Quem nos ataca, nós atacamos. Quem planeia atacar-nos, nós atacamos. Penso que toda a região está a aprender a conhecer o poder e a determinação do Estado de Israel", advertiu Netanyahu em comunicado.

"Não nos desviaremos da luta contra o projeto norte-americano-sionista e continuaremos a escalada até que a agressão cesse e o bloqueio [israelita] contra Gaza seja levantado", advertiu, por sua vez, o gabinete político dos Houthis numa nota.

Na sexta-feira à noite, os Huthis dispararam um míssil em direção a Israel, sendo que as autoridades israelitas indicaram que este "provavelmente se desintegrou em pleno voo".

O jornal Times of Israel e o portal de notícias israelita Ynet noticiaram no domingo que o míssil disparado na sexta-feira estava equipado pela primeira vez com uma ogiva de fragmentação.

Além dos disparos contra Israel, os Houthis retomaram em julho, após um intervalo de vários meses, os ataques ao largo do Iémen, lançados após o início da guerra na Faixa de Gaza, contra navios que acusam de terem ligações com Israel.

Os Houthis, que controlam vastas partes do Iémen, em guerra civil desde 2014, fazem parte de uma aliança contra Israel criada pelo Irão, que inclui outros grupos como o xiita Hezbollah no Líbano e o Hamas palestiniano.

No Irão, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condenou "de forma veemente" os ataques israelitas no Iémen.

Israel realizou vários ataques de retaliação no Iémen, visando regiões sob o controlo dos Houthis, incluindo portos no oeste do país e o aeroporto de Sana.

No Iémen, a guerra causou centenas de milhares de mortes e mergulhou o país mais pobre da Península Arábica numa das piores crises humanitárias do mundo.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP e baseada em dados oficiais.

A campanha de retaliação israelita causou mais de 62 mil mortos no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais.

A ONU declarou a fome na província de Gaza na sexta-feira, a primeira vez no Médio Oriente, e alertou que a situação deverá alargar-se às províncias de Deir el-Balah (centro) e Khan Younis (sul) até ao final de setembro

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