O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, congratulou-se esta quinta-feira com a recuperação da “normalidade institucional e democrática”, após a cerimónia de posse dos novos 20 vogais do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ). Há cinco anos e meio que este órgão, responsável por garantir a independência dos juízes e nomear os magistrados para o Supremo Tribunal, não era renovado devido a um bloqueio político..Um acordo assinado há um mês entre os socialistas e o Partido Popular (PP), após negociações apoiadas por Bruxelas, permitiu virar a página ao problema que remontava a dezembro de 2018, com cada uma das formações políticas a nomear dez vogais - entretanto aprovados também no Congresso e no Senado. Caberá aos novos membros do CGPJ, 12 juízes e oito juristas, eleger o novo presidente do órgão, tendo essa escolha ficado de fora do pacto entre PSOE e PP..Esta quinta-feira, na primeira reunião após a posse, foram designados sete candidatos - cinco mulheres e dois homens -, todos magistrados de diferentes salas do Supremo Tribunal, já que o presidente do CGPJ será também o líder deste tribunal. A eleição, que requer uma maioria de três quintos, está marcada para terça-feira. O passo seguinte será depois resolver as nomeações pendentes na cúpula judicial, tendo também seis meses para fazer uma proposta de reforma do sistema da eleição do próprio CGPJ..O pacto entre PSOE e PP que permitiu a renovação deste órgão judicial não significa uma reaproximação entre os dois partidos ou que a porta esteja aberta a outros acordos. De facto, ainda esta semana, o PP (com o Junts per Cataluña) travou no Congresso a nova lei da imigração que previa a distribuição por todas as comunidades autónomas dos menores que entram ilegalmente no país - nomeadamente nas Canárias..susana.f.salvador@dn.pt