A China é já um dos principais parceiros comerciais do Cazaquistão?
A China é um dos principais parceiros do Cazaquistão - em termos de comércio é o segundo maior, depois da Rússia. Se contarmos a União Europeia como os seus 27 membros, a UE é o nosso maior parceiro comercial e investidor, mas em termos de países, o primeiro é a Rússia e logo a seguir vem a China, que também se está a tornar um dos maiores investidores, e que está a investir muito em áreas para lá da energia, como a construção, engenharia e indústria. Também é importante recordar que foi em Astana, a nossa capital, em setembro de 2013, há exatamente nove anos, que o presidente Xi anunciou a sua Nova Rota da Seda. Claro que o Cazaquistão é o primeiro país no caminho da China para a Europa e é uma peça-chave da nossa própria visão para a restauração da Rota da Seda do passado, que vai voltar a ligar a Europa e a Ásia por terra. Sem dúvida que Portugal é uma nação marítima com a imensa História, que abriu a circum-navegação global com Vasco da Gama e Magalhães - que, a propósito, levou ao declínio final da Rota da Seda. Agora, o comércio marítimo é também enorme e nós não pretendemos sequer competir com o volume de mercadoria que é transportado da China para a Europa por mar. Mas há verdadeiramente uma boa oportunidade, dada a turbulência geopolítica, de desenvolver o transporte terrestre da China, através do Cazaquistão e através do chamado Corredor do Meio, que passa não apenas pela China e Cazaquistão, como pelo Mar Cáspio, Azerbaijão, Geórgia, Mar Negro e Europa de Leste. Devo acrescentar que, durante dez anos, três países trabalharam muito bem - Cazaquistão, Rússia e Bielorrússia - para criar a chamada Rota do Norte da China para a Europa, mas agora nós compreendemos que há uma necessidade maior de existir diversidade.