O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, apresentou nesta segunda-feira um primeiro conjunto de alterações à proposta de Orçamento do Estado para 2025, dizendo que se tratam de "medidas alinhadas com as necessidades do país". Mas também sublinhou que são focadas nos trabalhadores independentes, destacando uma medida que visa descer a retenção na fonte do IRC dos trabalhadores independentes para 20%..Segundo Rui Rocha, a descida da retenção na fonte do IRS para 20% tem a ver com o facto de os liberais considerarem "insuficiente" a redução defendida pelo Governo, que implica a descida dos atuais 25% para 23%. "Estamos num país onde os trabalhadores independentes ganham em média 600 euros por mês", justificou..Também proposto pela IL foi o aumento do limiar de isenção de IVA e de contribuições para a segurança social, quando se acumula trabalho independente e dependente, para 25 mil euros. Bem como a eliminação da tributação autónoma e o fim da obrigatoriedade do pagamento por conta e da transferência fiscal..A "possibilidade de pessoas com rendimentos muito baixos pagarem IRS" levou, segundo Rui Rocha, à apresentação de uma alteração na especialidade que introduz um mecanismo para acabar com essa possibilidade. E também foi apresentada pela IL uma alteração dos escalões do IRS, acusando a AD de, no que colocou na proposta orçamental, "não recuperar aquilo que não foi atualizado nos governos de António Costa"..Outra das "bandeiras" que têm sido defendidas pelos liberais é a aplicação de IVA a 6% para a construção, justificada por Rui Rocha "porque vivemos uma crise muito delicada na habitação" e é preciso trazer mais oferta para o mercado. .O presidente da Iniciativa Liberal disse ainda que o partido deverá revelar mais dois pacotes de alterações até à data-limite para a apresentação de propostas de alteração da proposta de Orçamento do Estado para 2025 na fase de especialidade, que termina a 15 de novembro..Quanto às alterações do documento aprovado na generalidade, que disse ser "distante do programa da AD" e "muito próximo daquilo que é um Orçamento do PS", Rui Rocha antecipou que "a generalidade dos partidos serão prudentes nesta fase da especialidade". Colocando como exceção o Chega, que "propõe tudo e o seu contrário" , disse que "não haverá grandes oscilações de humor relativamente ao Orçamento e que tudo decorrerá com alguma normalidade". .Sobre as propostas de alteração apresentadas pela IL, Rui Rocha garantiu que "têm custo neutro ou muito limitado", admitindo que a exceção é a alteração que preconiza para os escalões de IRS. Mas "é um custo limitado e uma questão de justiça", acrescentou, referindo-se a "uma cobrança abusiva" durante a governação de António Costa, pois "não atualizar os escalões é uma forma encapotada de aumentar os impostos".