Paulo Raimundo: "Não tomamos posições para ver se elas são concretizadas. Não brincamos à política”
Assumiu a liderança do PCP em novembro de 2022. Vai para as segundas legislativas no espaço de um ano. Que Paulo Raimundo era há dois anos e que Paulo Raimundo temos agora?
Quero crer que, do ponto de vista da personalidade, da forma de estar, das convicções e da razão pela qual anda cá, é o mesmo Paulo Raimundo. Naturalmente que há uma experiência e um traquejo acumulados, que acabam por permitir, talvez, um bocadinho mais à-vontade. Mas acho que do ponto de vista pessoal, dos objetivos, é a mesma pessoa.
Definiu como objetivo voltar a ter mais do que os atuais quatro deputados. Mas desde 2015 que há uma quebra de cerca de 240 mil votos na CDU. Como se recupera um grupo parlamentar maior e se combate ao mesmo tempo esta crise?
Não estamos satisfeitos com os resultados eleitorais. Não nos desligamos do contexto em que intervimos, mas não estamos satisfeitos. Tivemos 205 mil votos nas últimas eleições. Acho que é legítimo afirmar que quatro deputados foram profundamente insuficientes para enfrentar o que é preciso. Necessitamos de mais votos, mais força e mais deputados para resistir com a coragem e a determinação que são características da CDU. Essa determinação para enfrentar os poderosos, que se acham donos disto tudo, essa coragem para enfrentar a direita e a extrema-direita, para impor e fazer avançar. Para uma política ao serviço da maioria, que é isso que tem faltado ao nosso país. E é possível como? Com mais votos, mais força e mais deputados, neste caso, na batalha eleitoral.
Mas o que seria um crescimento positivo para vocês? Mais um deputado ou dois? Já agora, onde é que têm expectativa de voltar a eleger? Em Beja, há um ano, ficaram a pouco mais de mil votos, em Setúbal também não ficaram muito longe...
É claro que partimos para as eleições tendo em conta o resultado das últimas. Esse é o ponto de partida. Gostaríamos de crescer de forma significativa em todo o lado, não para ficarmos satisfeitos com os resultados eleitorais só por si, mas porque isso representaria dar mais força à voz do nosso povo, da juventude, dos trabalhadores. É essa a convicção que temos. Desde logo, nesses círculos eleitorais que identificou, mas também em Setúbal, Lisboa, naturalmente, e no Porto, e não desistimos de outras batalhas, onde tivemos representação parlamentar e tanta falta faz, como o Algarve, Évora, Santarém e Braga. São sítios onde já elegemos, deixámos de o fazer e temos o objetivo de não abandonar essa batalha.
Em Beja, a escolha do cabeça de lista, recaiu sobre o ex-líder parlamentar, Bernardino Soares. O que levou a esta escolha? Foi uma “tática do cabelo grisado”, parecida à do BE [que recrutou os fundadores para encabeçar listas]? Ou foi uma escolha simplesmente política para tentar voltar a ter um nome forte no distrito?
O Bernardino é uma pessoa com ligação familiar ao distrito de Beja. Não é um ‘paraquedista’. Acho que simboliza uma aposta forte que fazemos. Neste objetivo de reforçar mais votos e de ter mais deputados. É um terreno que estamos a disputar com muita confiança. É uma aposta de audácia. Uma aposta de uma força que não está para encolher, não se quer encolher, está para ir para o contacto e criar melhores condições para ter mais força. Porque quanto mais força tivermos, maior a capacidade de resistência e maiores as condições para avançar naquilo que importa: a vida das pessoas.
A 10 de abril, apresentaram o “compromisso eleitoral” do PCP, com o objetivo de “resolver problemas da vida das pessoas, das populações e do país”. Consegue elencar medidas aplicadas noutros contextos?
Como referenciais?
Sim.
Não. Desculpe a resposta tão brusca, mas é por uma razão simples: a nossa sociedade tem características próprias.
É nesse contexto que inserem, por exemplo, a questão do aumento do salário mínimo nacional até mil euros em julho?
Sim. A nossa economia tem características muito próprias e com realidades muito concretas. 98% das empresas são micro, pequenas e médias. Dessas, 80% são microempresas que vivem, no fundamental, do mercado interno nacional, com os salários e os rendimentos de cada um. Isto é uma realidade que obriga a olhar e a responder. Pode haver países com algumas semelhanças, mas não com esta dimensão. Mas há aspetos que são comparáveis.
Como quais, por exemplo?
O salário mínimo, por exemplo. Não há nada que o justifique. Em Espanha, hoje em dia, é de 1184 euros. Em Portugal são 870 euros. Não há nada que justifique isto. Olhamos para a nossa realidade e para os problemas concretos. Por exemplo, temos, em alguns setores profissionais, uma imensa maioria de mulheres trabalhadoras com salário mínimo. Isso é válido para os setores operários, no têxtil isso é muito evidente. Mas também se estende a outros setores operários, aqueles setores que, no fundamental, trabalham por turnos e em operação contínua. Seja na educação, na saúde ou na investigação, por exemplo, ou na investigação científica, há uma grande evolução na participação de mulheres.
No caso da ciência, há um grande números de contratos precários, aliás.
Era aí que ia chegar. Olhamos para esta realidade, nomeadamente no que diz respeito à precariedade laboral, que é a da vida. Sabemos, por experiência própria, que é assim. Desde áreas como a questão salarial, SNS, ou a saúde sexual e reprodutiva, que tem implicações, em particular, nas mulheres. Ou respondemos a estas realidades, ou, então, estamos a falar de uma sociedade que não existe, que está muito por cima. Queremos falar do que se passa na vida real, e, neste caso as mulheres, enfrentam, além das questões todas, a situação da violência. Essa violência, além de ser combatida nas suas várias expressões, exige uma outra coisa: como criar condições de autonomia financeira às mulheres, quer salários ou do ponto de vista da habitação, para que elas se libertem mais desse contexto. Porque muitas vezes é agravado por essa situação.
Deixe-me focar no aumento do salário mínimo, que o PCP defende desde sempre. Qual seria o custo?
1500 milhões de euros.
E como se financiaria isso, mantendo ao mesmo tempo o equilíbrio das contas públicas?
O equilíbrio das contas públicas é sempre muito badalado quando é para dar melhores condições de trabalho, valorizar carreiras e profissões e pagar salários. Aí, há sempre o problema das contas públicas. Quando é para entregar dinheiro, ao desbarato, àqueles que se acham donos do país, já não há nenhum problema com as contas públicas. Podemos dizer, isto é o bê-á-bá de todos os dias. Têm de se fazer opções. Há 800 mil trabalhadores que vivem com 870 euros brutos. É com isso com que fazem a sua vida. Com a nossa proposta, no final do mês de julho, essas pessoas passam a ganhar mil euros de salário. Se resolve tudo? Não resolve, mas é um sinal de grande significado para quem recebe o salário mínimo. Para esses, é um instrumento para empurrar os outros salários para cima, nomeadamente o salário médio. Estamos a falar de 1500 milhões de euros que vamos buscar à economia, à riqueza que é criada, para distribuir por quem faz e põe o país a funcionar. Será assim uma coisa tão injusta e preocupante? Preocupante é mantermos 800 mil trabalhadores a fazer a sua vida com 774 euros líquidos. Isso é que é preocupante. Ainda agora há um mês, sensivelmente, num contacto em Braga, uma trabalhadora têxtil saiu da sua empresa indignada porque ganhava 5 euros acima do salário mínimo nacional e tinha um subsídio de refeição de 2,5 euros/dia. Não foi há 30 anos, foi no mês passado. E ia a correr para fazer o quê? Para um segundo trabalho, depois de ter estado 8 horas a trabalhar, porque aquilo que ganhava não era suficiente.
“O PCP não perderá a oportunidade de tomar a iniciativa e tentar travar esse programa de Governo. Podemos ter muitos defeitos, e temos as nossas insuficiências, mas se há coisa que somos é coerentes.”
E o que vai o PCP fazer para combater isso? Ponderam avançar com alguma medida concreta de regulação a essas situações?
Temos um país onde há, sensivelmente, 5 milhões de trabalhadores por conta de outrem. É gente que trabalha muitas horas, muito tempo, não tem tempo para viver, muitas vezes não tem tempo para ajudar a criar os filhos. É tudo a correr. Com uma situação deste tipo, em que a pessoa tem a vida muito ocupada com o seu trabalho por turnos, de laboração contínua, muito intenso, o que é que a faz ter outro emprego? Não há de ser porque não tem mais nada para fazer. Não há de ser porque não lhe apetece fazer mais nada. É porque precisa para poder sustentar a sua vida. Como se resolve esta questão? É garantindo que no primeiro emprego há as condições suficientes, também salariais, que lhe permitam não ter de acorrer a um segundo emprego. Por obrigação, quem quiser fazer, naturalmente pode fazer.
No congresso do PCP, ocasião pela qual falámos, defenderam que havia uma necessidade de renovação. Nos círculos eleitorais em que a CDU elegeu há um ano (Porto, Lisboa e Setúbal), repetem os mesmos cabeças de lista. É um sinal de que o trabalho feito foi positivo e deve continuar? Por que é que essa lógica de renovação não se estendeu aos lugares cimeiros destas listas nestes círculos?
Acho que renovámos muito nas últimas eleições e não temos um grupo parlamentar mais renovado porque, infelizmente, o nosso povo achou que os votos que tivemos não foram suficientes para isso. Se tivéssemos tido a votação que achávamos que merecíamos (aqui, o merecer é relativo) e que respondia às necessidades, teríamos o grupo parlamentar mais renovado que se podia apresentar na Assembleia da República. Repare, tivemos eleições há um ano. Não gosto muito de falar em causa própria, mas eu próprio fui estreante, não só no Parlamento, como encabeçando uma lista. Acho que devíamos olhar para a composição das nossas listas no seu conjunto. No objetivo de renovação que colocámos, a renovação está presente. E isso me permite uma particularidade. Como sabe, nós não acompanhamos esta imposição das quotas. Não foi isso que nos levou a que chegássemos ao fim deste processo das listas e que – vou arriscar este palpite – sejamos o único partido em que a maioria dos seus cabeças de lista são mulheres.
Até para refletir as mexidas no Comité Central, com mais mulheres e mais jovens?
Fazemos isso toda a naturalidade, com o esforço que é necessário fazer e com essa preocupação. Estamos em condições, se o povo assim entender, de apresentar um grupo parlamentar renovado, com gente nova. Vou dar-lhe um exemplo: a nossa terceira candidata em Lisboa é a Sofia Lisboa, que não é só uma questão de ser nova. É uma mulher muito ligada à ciência, relacionada sobretudo com a Associação de Bolseiros. Isso é uma aposta na renovação, e também uma aposta não só na área dos bolseiros, mas também da ciência. O distrito de Lisboa tem nas mãos a possibilidade de eleger a uma destacada investigadora e lutadora pelos direitos dos bolseiros e dos investigadores. Coisa que, talvez, noutros partidos não seja possível.
Como se explica, então, a entrada do histórico Domingos Abrantes?
O Domingos Abrantes é, entre aspas, uma autoridade do vista político e ideológico. E estaria bem em qualquer momento das nossas batalhas eleitorais, em qualquer lista. Mas estamos a enfrentar desafios muito grandes, muito complexos. E é um sinal que queremos dar. Quando dizemos que somos a força, que de forma coerente, enfrenta a direita e a extrema-direita de olhos nos olhos, e lhes dá combate onde mais lhes dói, este é um sinal que também queremos dar, com essa participação ativa.
Mas, calculando pelas últimas eleições, está num lugar em que dificilmente conseguirá ser eleito [10.º. Em 2024, a CDU elegeu dois deputados em Lisboa].
Calculando por aí, é verdade. Mas é para dar um sinal, claro, dessa nossa disposição, dessa nossa coerência, deste porto seguro que somos, nesse combate à direita e à extrema-direita de olhos nos olhos, e criar as condições para fazer o país avançar. É isso que precisamos.
Considera que, há um ano, possa ter havido algo que não foi tão bem expressado na mensagem e que possa não ter levado a esse crescimento da CDU que tanto almeja?
A conjuntura de intervenção é sempre diferente de eleição para eleição. Acho que nós, muitas vezes, cometemos um erro. Quando digo “nós”, somos todos. Comete-se um erro de análise, porque se olha para os números finais e se esquece do contexto em que as coisas se realizam. E o contexto de há um ano, e este ano também é assim, de certa forma, é um contexto que, diria assim, é bom para todos, menos para as forças do progresso. É bom para todos, menos para aquelas que querem servir a maioria e não a minoria. É nesse contexto que estávamos há um ano, e também é um pouco nesse contexto de maior incerteza que estamos este ano. Qual é o elemento, diga-se, diferente? É que tivemos os votos que tivemos há um ano. Não ficámos satisfeitos, como é lógico, mas não enfiámos a cabeça na areia. Fomos para a ação, para o contacto, para a mobilização, para o esclarecimento, e fomos construir com o nosso povo, os trabalhodores e a juventude, as soluções que queremos para o país. Posso dar-lhe um exemplo concreto. Lançámos, no final de setembro do ano passado, uma ação a que chamámos “Mais salários e mais pensões para uma vida melhor”. Era uma ação que tinha diversas expressões, mas uma delas era uma abaixo-assinado. Chegámos a meados do mês de janeiro com mais de 100 mil assinaturas recolhidas. Não são assinaturas online, não desfazendo as petições online. São cara a cara, olhos nos olhos. Tivemos milhares de conversas para chegar a mais de 100 mil assinaturas. E o que é que aquilo colocava? Salários, pensões, habitação, saúde, creches, direitos das crianças. No nosso entender, isso são as questões que é preciso responder na vida das pessoas. Fomos para o combate, para onde queremos estar: ligados à vida e à realidade e com respostas para esses problemas. Dá-nos muita confiança, desse ponto de vista.
Falemos de cenários para as eleições. Na legislatura que agora termina, o PCP apresentou uma moção de rejeição ao programa de Governo e, mais recentemente, uma de censura. O PCP pode vir a repetir estas iniciativas agora, caso seja um Governo da AD?
Quando apresentámos uma moção de rejeição ao programa, fizemo-lo partindo da ideia de que o programa não servia ao país, aos trabalhadores e ao nosso povo jovem todo.
Foi por uma questão de convicção, portanto?
Quando apresentámos dissemos: “Atenção, que isto vai acontecer. E não queremos que isso aconteça.” E aconteceu tudo, transformar tudo o que é programa em negócio, etc. Aconteceu continuar a desviar recursos públicos para os que se acham donos disto tudo, para os grandes grupos económicos. Temos um problema de habitação, o que se faz? Mais medidas para ajudar a banca e os fundos imobiliários. Temos um problema na saúde, o que se faz? Mais transferência para aqueles que fazem da doença um negócio. Não só aconteceu isso, como se veio a demonstrar quase um ano depois. É agravado pelo facto de todos os acontecimentos que envolvem o atual primeiro-ministro e que o deviam ter levado à sua demissão e não o levaram por teimosia. E comprovou-se tudo. Daí a moção de rejeição e a de censura. E, a juntar a isso, o Governo tem uma agenda em perspetiva. Como as horas de trabalho são poucas, o Governo quer ainda que se trabalhe mais, e que se trabalhe mais anos. Querem pôr as mãos no dinheiro da Segurança Social, que é do trabalho, do Governo, nem muito menos do capital. Querem acelerar o desmantelamento do SNS. Num cenário desses, ainda se mais impõe mais força, mais votos e mais deputados a CDU para resistir a esse cenário e, perante este cenário, o PCP não perderá a oportunidade de tomar a iniciativa e tentar travar esse programa. Podemos ter muitos defeitos, e temos as nossas insuficiências, mas se há coisa que somos é coerentes. Se há coisa que não fazemos é tomar posições para ver se elas são concretizadas. Era só o que faltava. Não brincamos à política. Brincar à política é brincar com a vida das pessoas. Quando apresentámos a moção de rejeição ao programa, é porque estávamos convencidos e estávamos certos de que não servia ao país. E, portanto, connosco o programa não podia avançar. Outros tomaram outras opções.
Coloca, então, a hipótese de avançar novamente com uma moção de censura ou de rejeição?
Vamos ver. Se o cenário que descreveu se acontecesse, então isso implicava que era preciso ainda mais força e mais votos e mais deputados para enfrentar e para resistir a esse caminho. Não prescindiremos de nenhum instrumento para tentar travar, resistir e travar esse caminho.
Da última vez que falámos, antes do congresso, excluiu acordos eleitorais, no âmbito das autárquicas, com o PS. Coloca em cima da mesa uma possível geringonça 2.0? Está fora dessa solução?
Sei que a apreciação não é tanto de quem faz a pergunta, mas vai ser sobre se o PCP está disponível para um acordo ou não. Como se as coisas fossem a preto e branco. O que está em jogo é tomar a iniciativa para responder aos problemas das pessoas: salários, pensões, habitação, saúde, creches, paz, essas são as questões a que temos de responder. Eu próprio, se me permite, tomei uma decisão de não querer alimentar isso. Não é isso que está em jogo. O que está em jogo é tomar a iniciativa para responder aos problemas das pessoas. Salários, pensões, habitação, saúde, creches, paz, é essa a questão que é preciso responder. E para isso, independentemente dos cenários, o que determina cada uma destas questões é: qual a força, os votos e o número de deputados que a CDU tem. Isso é que vai determinar. Porque o que é que determinou, em 2015, a geringonça? Foi o resultado de outros ou foram os 17 deputados que a CDU tinha, 15 do PCP e 2 do PEV? Foi isso que determinou. Nós estamos focados em tomar a iniciativa e temos um programa para o país. E o Partido Socialista tem um outro programa para o país. Vamos a eleições. A experiência demonstra que para resistir e para avançar, as pessoas sabem que, independentemente das opiniões diferentes que têm sobre nós, connosco contam sempre para resistir e para avançar. Cada um fará as suas escolhas com a consciência de que tem uma força de coerência.
Mesmo para terminar, vamos fazer uma pequena brincadeira. Vou dar-lhe 3 objetos. Tem de dar cada um deles a um líder partidário a sua escolha. Pode repetir ou não. Para os levar em campanha eleitoral e não só. Peço-lhe uma justificação breve para cada uma dessas escolhas. A quem dava uma cópia do Manifesto Comunista?
Dava ao Rui Tavares [porta-voz do Livre].
Porquê?
Porque eu sei que é apreciador e podia ser que, em alguns aspetos, se aproximasse mais daquilo que muitas vezes é necessário.
A quem dava uma entrada para a Festa do Avante?
Ui... Olhe, teria de ser a alguém que se calhar nunca foi. Se calhar à Inês Sousa Real [porta-voz do PAN], se calhar. Presumo que nunca terá ido e acho que era uma boa forma e diferente, de olhar para o PCP e para aquilo que propomos, que fazemos e que somos.
Para terminar, a quem é que oferecia um jantar em contexto de campanha eleitoral? E qual o menu, já agora?
Ah, o jantar. O jantar eu oferecia ao Rui Rocha [líder da IL]. Uma churrascada lá no meu bairro. Não estou a ser irónico, estou a falar a sério. Acho que ele ia aceitar, sinceramente, e porque era uma oportunidade de ele ver muitas vezes como é que é a vida real e acho que ele ia gostar e ia ser bem recebido na Fonte da Prata, nas Amarelas.