A ligação dos países do Báltico à rede elétrica europeia, após a sua desconexão da rede russa, liberta a União Europeia de “ameaças e chantagens”, disse este domingo a presidente da Comissão Europeia. “Estamos a ligar os Estados bálticos à rede elétrica da Europa continental. Estamos a cortar as últimas ligações com a Rússia. Estamos finalmente livres de ameaças e chantagens. Este é um dia histórico”, afirmou Ursula von der Leyen na rede social X.A Estónia, a Letónia e a Lituânia já tinham previsto o abandono da rede elétrica russa para aderirem ao sistema europeu, um processo que demorou vários anos devido a inúmeros problemas tecnológicos e financeiros e à necessidade de diversificar o fornecimento, nomeadamente através de cabos submarinos.Mas a mudança tornou-se urgente após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, que despertou nos países bálticos o receio de que Moscovo os visasse também. Desde então, os três países deixaram de comprar gás e eletricidade russos, embora as redes elétricas continuassem ligadas à Rússia e à Bielorrússia, com regulação da frequência controlada por Moscovo.Por isso, continuavam dependentes da Rússia para um fluxo estável de eletricidade, crucial para os aparelhos que necessitavam de um fornecimento de energia fiável, em particular nos processos industriais.As autoridades dos três países alertaram para possíveis problemas com esta transição, “tais como operações (...) contra infraestruturas críticas, ciberataques e campanhas de desinformação” levadas a cabo pela Rússia. Na Estónia, por exemplo, polícia e voluntários vão estar estacionados em infraestruturas elétricas essenciais até ao próximo fim de semana, devido ao risco de sabotagem.Este cortar de laços europeu com a Rússia surge no dia em que o New York Post noticiou que Donald Trump garantiu ter falado com Vladimir Putin ao telefone sobre o fim da guerra na Ucrânia. O que a confirmar-se foi a primeira conversa entre o presidente russo e um chefe de Estado norte-americano desde o início do conflito. Numa entrevista ao mesmo jornal, Trump preferiu não dizer quantas vezes já falou com o presidente russo, optando por sublinhar que “ele [Putin] quer ver as pessoas a pararem de morrer”.Sobre este assunto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou à agência russa de notícias TASS que “muitas diferentes formas de comunicação estão a emergir”.