A natalidade em Lisboa bateu recordes da última década neste primeiro trimestre de 2025. De acordo com os resultados do “teste do pezinho” - que, embora não representem o total dos nascimentos no país, cobrem atualmente cerca de 99,5% dos recém-nascidos - , nasceram no distrito de Lisboa pelo menos 6430 crianças entre 1 de janeiro e 31 de março deste ano.Segundo os dados enviados ao DN pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que coordena o Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), o número de recém-nascidos rastreados na capital e nos restantes concelhos que compõem o distrito de Lisboa foi superior em 114 ao registado no período homólogo do ano passado, altura em que tinham sido submetidos ao teste do pezinho 6316 bebés no distrito de Lisboa.Os nascimentos na capital (e arredores) têm vindo a aumentar consecutivamente desde 2021, o primeiro ano impactado pela pandemia de covid-19, tendo no ano passado sido rastreados 25865 recém-nascidos. No que diz respeito a números parcelares do primeiro trimestre do ano, os 6430 testes do pezinho realizados em 2025 são o registo mais elevado dos últimos dez anos, desde 2016, quando começa a série de resultados enviados ao DN pelo INSA.Este aumento registado em Lisboa é responsável por mais de metade do crescimento dos números do PNRN em todo o país. Nos primeiros três meses deste ano, foram estudados 20782 recém-nascidos no âmbito do PNRN, mais 207 do que em igual período do ano passado (20575) - dos quais 114 em Lisboa. Esta ligeira subida a nível nacional assinala uma tendência de recuperação face à quebra registada em 2024, ano que terminou com um total de 84361 bebés rastreados, face aos 85764 de 2023.Lisboa e Porto têm quase metade dos nascimentosSe Lisboa continua a liderar em número de rastreios, o Porto continua também, naturalmente, a ser o segundo distrito com mais testes registados (3567). Os dois principais distritos concentram quase metade dos nascimentos no País, com 48,1%, realidade que se tem consolidado nos últimos anos. Ao contrário de Lisboa, no entanto, no Porto os números deste trimestre são dos mais baixos dos últimos cinco anos, superando apenas os de 2021. Se a Lisboa e Porto juntarmos Setúbal (1640, menos 16 do que no ano anterior), o terceiro distrito com mais rastreios, temos 55% do total de testes realizados neste primeiro trimestre. Seguem-se Braga (1522, -39), Faro (1119, +44) e Aveiro (989, +90), com destaque para o distrito algarvio, que, tal como acontece com Lisboa, também registou neste último trimestre o número mais elevado de nascimentos da última década (no período homólogo). Em contrapartida, Bragança (124, +2), Portalegre (143, +9) e Guarda (164,-1) foram os distritos que registaram os números mais baixos.Em termos relativos, Beja (+16%), Aveiro (+10%) e Évora (+10%) lideraram o crescimento percentual de nascimentos. Por outro lado, as maiores quedas relativas foram em Castelo Branco (-8%) e Santarém (-5,5%).O teste do pezinho é realizado geralmente entre o terceiro e o sexto dia de vida, através de uma pequena amostra de sangue retirada do pé do bebé, e permite identificar precocemente 28 doenças metabólicas, genéticas ou endócrinas. Em 2024, o teste do pezinho permitiu a deteção de 138 casos de doenças.