Grande Conferência DN. Defesa Nacional e a Nova Ordem Mundial em debate
“Não acredito, e digo-o com muita pena, que num futuro previsível haja qualquer hipótese de uma paz consolidada, estável, uma arquitetura de defesa e de segurança consolidada, estável, credível, na Europa, que haja uma verdadeira reconciliação entre a Rússia de [Vladimir] Putin e a Ucrânia democrática que temos hoje”, as palavras são de Durão Barroso, proferidas no início do ano, em Lisboa, no Seminário Diplomático.
Passaram-se quatro meses e o ex-presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro, terá oportunidade de atualizar, se for caso disso, a sua avaliação.
É de José Manuel Durão Barroso o keynote speech inicial da Grande Conferência do Diário de Notícias - Defesa Nacional: “Nova Ordem Mundial. Onde estamos, o que temos e do que precisamos”, que se realiza nesta terça-feira, a partir das nove horas, no auditório da Academia Militar.
Para a realização desta Conferência o DN contou com a curadoria de João Annes, do Observatório de Segurança e Defesa da SEDES, com os apoios do Exército, da SEDES, da Ordem dos Economistas, da Eurodefense-Portugal e do Instituto de Defesa Nacional, como parceiros institucionais, e os patrocínios da Armis/Otorio, da Cipher, da Timestamp e da EID.
Ao ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, cabe a abertura da conferência e ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o encerramento.
Na segunda-feira, no Podcast Soberania, Nuno Melo anunciou mais uma medida que, no entender do Governo, poderá ajudar a reforçar o efetivo das Forças Armadas, que tem, presentemente, pouco mais de 23 mil militares (menos nove mil do que os 32 mil previstos).
Trata-se do alargamento aos militares em regime de contrato da casas com rendas económicas do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) um benefício até aqui só acessível aos militares dos quadros permanentes.
Em 51 anos de Democracia, a Defesa está pela primeira vez como um dos pontos centrais dos debates da pré-campanha para as eleições legislativas de maio e Nuno Melo vê esta novidade como um sinal, de que quando “está em causa a defesa da liberdade, da democracia e do nosso modo de vida, a Defesa Nacional tem de estar na primeira linha da política”.
Miguel Pinto Luz falará depois no painel “Indústria Europeia de Defesa, Infraestruturas e Tecnologias de duplo uso: competitividade, sustentabilidade e cooperação” e terá a palavra final sobre a estratégia pensada para a possível adaptação das infraestruturas nacionais aos novos desafios.
Em grande destaque vão estar o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, e Chefes de Estado-Maior do Exército, General Mendes Ferrão, da Força Aérea, General Cartaxo Alves, e da Marinha, Almirante Nobre de Sousa - que vão falar num painel sobre “O que temos - capacitação do sistema de forças”, no qual vão contextualizar a realidade atual das Forças Armadas.
Antes, saberemos qual a situação da Europa e de Portugal na Nova Ordem Mundial, no painel “Onde estamos. A Europa na Encruzilhada”, com Isabel Nunes, Diretora do Instituto de Defesa Nacional, Ana Paula Brandão, do Centro de Investigação em Ciência Política da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, o General Luís Valença Pinto, antigo CEMGFA e Presidente da EuroDefense e Marcos Perestrello, deputado socialista ex-presidente da Comissão de Defesa Nacional e Presidente da Assembleia Parlamentar da NATO.
Além de Barroso, haverá outros dois Keynote speakers: o israelita Daniel Bren, que serviu como brigadeiro-general nas Forças de Defesa de Israel, onde comandou a Unidade Lotem na Direção de Serviços de Computação; e Raquel Vaz Pinto, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI).
Ricardo Conde, Presidente da Agência Espacial Portuguesa, José Fontes, Catedrático da Academia Militar, João Gabriel Silva, do Instituto Pedro Nunes, General João Vieira Borges, Guilherme Waldemar d’Oliveira Martins, estão entre os nomes dos oradores.