Biden quer voltar a pintar de azul o mapa que Trump fez vermelho

Perguntas e respostas sobre as presidenciais americanas de 2020.
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1. Os americanos vão a votos, mas não vão só escolher o presidente, pois não?
Não, além de decidirem quem vai ser o próximo inquilino da Casa Branca - o republicano Donald Trump ou o democrata Joe Biden, bem como os seus respetivos vice-presidentes, Mike Pence e Kamala Harris -, nestas eleições vai a votos um terço dos cem senadores, a totalidade dos membros da Câmara dos Representantes (435) e 13 governadores. Isto além de decorrerem inúmeros referendos sobre assuntos tão variados como a legalização da marijuana no Arizona à escolha de uma nova bandeira no Mississípi.

2. Mas vão votar numa terça-feira?
Sim. Desde 1845 que a lei diz que as eleições têm de decorrer na terça-feira depois da primeira segunda-feira de novembro. Tudo remonta a uma época em que os EUA eram um país de agricultores que iam à igreja no domingo e ao mercado na quarta-feira. Como os locais de voto eram afastados, votar na terça-feira garantia que tinham um dia para viajar até lá, antes de regressar a casa a tempo de vender os seus produtos.

3. Na verdade, muitos até já votaram, certo?
Sim. Até agora mais de 80 milhões de americanos já votaram, segundo a contagem do US Elections Project, da Universidade da Florida, o que deixa prever a maior taxa de participação em mais de um século. Neste momento, a participação já é 58% do que foi em 2016, com muitos americanos a votar por correspondência ou pessoalmente, mas de forma antecipada, tentando evitar as filas que se esperam no dia das eleições e que podem propiciar a propagação do novo coronavírus e agravar a pandemia.

4. A covid-19 mudou muito a campanha?
Sem dúvida. Não só os candidatos, ambos acima dos 70 anos e por isso num grupo de risco, reduziram drasticamente os comícios - sobretudo Joe Biden -, como o facto de Donald Trump ter testado positivo depois do primeiro debate entre os dois levou a que o segundo não se realizasse e o terceiro tivesse medidas de segurança ainda mais restritivas do que o primeiro. Além de a própria eleição se ter tornado uma espécie de referendo à gestão que Trump fez da pandemia, que já fez mais de 230 mil mortos e infetou mais de nove milhões de pessoas nos EUA.

5. E como é que estão as sondagens?
Nos Estados Unidos, em que o vencedor é escolhido pelo Colégio Eleitoral, as sondagens nacionais valem muito pouco. Em 2016, Hillary Clinton teve mais três milhões de votos populares do que Trump e perdeu. Aliás, nas últimas sete eleições, os democratas só em 2004 não venceram o voto popular, mas já houve dois presidentes republicanos. Por isso, mais importante do que ver quem está à frente a nível nacional - e Biden surge com nove pontos de vantagem na média das sondagens do FiveThirtyEight 52% contra 43% - é olhar para os swing states, aqueles que balançam entre democratas e republicanos e decidem as eleições. Aqui, Florida, Ohio, Georgia, Pensilvânia e Carolina do Norte vão ser decisivos, com algumas sondagens a dar Trump a subir em alguns deles nos últimos dias.

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