Do sal ao mel, Vanda mostra os tesouros do Algarve ao mundo
A Algarve Treasures - Tours & Experience e O Cabaz Algarvio são duas empresas criadas por Vanda Lopes com o objetivo de mostrar aos turistas uma região diferente. Dar a conhecer tesouros que não se encontram nas praias ou nas cidades, mas no campo, e que revelam o que de mais tradicional existe a sul de Portugal.
"Levamos os nossos clientes a visitar a produção local de mel, licores, vinho, azeite, sal, ervas aromáticas, citrinos, estufas de framboesas, conservas, etc, E, também, promovemos workshops gastronómicos, como fazer o pão ou a cataplana algarvia, e criativos, criar uma peça em olaria ou em cortiça", explica Vanda Lopes.
Fala da Algarve Treasures Tours, empresa lançada em 2018 e que tanto faz visitas a lagares de azeite, destilarias e adegas, como às Salinas do Grave, na Ria Formosa em Olhão, incluindo banhos num lago com cerca de 2 000 m2 de água e uma concentração de sal equivalente ao do Mar Morto (em Israel), o que dizem ser benéfico para a saúde.
Nas visitas às plantações de framboesas e morangos, por exemplo, é mostrado todo o processo de produção, desde as zonas de incubação e controlo da rega, colheita, até ao embalamento e transporte. No final, há sempre uma degustação que inclui licores e compotas regionais.
O contacto com os produtores levou ao lançamento de uma marca para promover os seus produtos, O Cabaz Algarvio, que começou por ser a entrega de uma lembrança no final dos passeios e se transformou num negócio, em outubro de 2019. Significa que a empresa dava os primeiros passos quando o mundo foi assolado pela covid-19. "Estávamos a entrar no nosso melhor ano, com o programa todo alinhado e que estava praticamente preenchido, a pandemia tirou-nos o tapete dos pés", lamenta a empresária. Têm a loja em Almancil, mas, agora, só abre consoante as atividades turísticas.
O mercado inglês era o que mais procurava as atividades turísticas, seguindo-se o holandês, alemão, canadiano, também alguns americanos, dinamarqueses e franceses. As idades, dependiam do tipo de experiência: quem comprava os workshops eram os mais jovens, mesmo que fosse para depois levar os pais; já a produção de azeite e as provas de vinho são mais escolhidas pelos que têm 40/45 anos.
Tudo parou a 13 de março de 2020 e o que se fez até junho foi cancelar reservas. As marcações só começaram a surgir a partir da segunda quinzena de julho, com a primeira reserva potencial de um grupo marcada para setembro, mas há sempre uma incerteza nestas marcações.
Vanda Lopes, que é licenciada em Turismo com a vertente em marketing e tem uma pós-graduação em Gestão de Empresas, aproveitou a paragem para reformular o negócio. Adaptou-o à nova realidade motivada pela doença da covid-19, potenciando as marcações online e introduzindo atividades de bem-estar. Isto, porque percebeu que as pessoas procuram mais diretamente as atividades e com menos tempo de antecedência, recorrendo menos aos operadores turísticos. Também os hotéis estão a pedir os programas de atividades diretamente.
"A sensação que tenho é que o cliente não está a vir em pacotes organizados, através de operadores, mas a fazer o seu próprio percurso. Compra a viagem, reserva o hotel e, depois, vê o que poderá fazer. Será uma clientela mais individual, procuram-nos diretamente, estrangeiros e nacionais, numa proporção de 50 % de cada", explica.
As atividades de bem-estar e saúde estão a ter uma boa procura, onde se incluem o SPA das Salinas do Grave (Banhos no "Mar Morto") como tudo o que esteja ligado ao ar livre, com grupos que têm no máximo oito a 10 pessoas. Já promoviam passeios e aluguer de barco, mas esta última possibilidade conquista este ano mais clientes. Sublinha Vanda Lopes: "Alugam um barco com condutor e vão onde querem, as pessoas não querem estar juntas, preferem viajar em família".