O Nagorno-Karabakh é um enclave de facto da Arménia no Azerbaijão. Com 4.400 quilómetros quadrados, um pouco menos do que o Algarve, é uma fratura exposta no Cáucaso. A dimensão da querela foi descrita pelo jornalista polaco Ryszard Kapuscinski no livro O Império. "Para a Arménia, um aliado é quem acredita que o Nagorno-Karabakh é um problema. Os restantes são inimigos. Para o Azerbaijão, um aliado é quem acredita que o Nagorno-Karabakh não é um problema. Os restantes são inimigos.".Mais à frente, o repórter e escritor multipremiado, explica: "É inimaginável fazer o seguinte discurso em Baku ou Erevã: Oiçam. Há décadas (quem entre nós pode sequer recordar esses tempos?) um paxá turco e o selvagem Estaline atiraram para o nosso ninho caucasiano este terrível ovo de cuco, e desde então, durante o século inteiro, temos estado a atormentar-nos e a matar-nos uns aos outros, enquanto eles, nas suas sepulturas bafientas, estão a tagarelar tão alto que se pode ouvi-los", ao que essa pessoa terminaria o discurso apelando à reconciliação. No entanto, diz que esse "infeliz moralista e negociador" ficaria "privado da sua vida" antes de conseguir concluir o apelo..Isto porque, conclui, há "três pragas, três contágios que ameaçam o mundo": o nacionalismo, o racismo e o fundamentalismo religioso, todas essas ameaças com um denominador comum, o irracionalismo. O Império foi publicado em 1993, na ressaca da queda da União Soviética e num momento em que grassava a guerra no Nagorno-Karabakh..Uma trégua negociada pela Rússia, Estados Unidos e França foi alcançada no ano seguinte, mas da guerra que terá causado a morte a 30 mil pessoas e um milhão de refugiados as feridas não sararam. O território, cravado no Azerbaijão, continua a ser legalmente deste país, mas sem habitantes azerbaijanos..Os confrontos de domingo, que resultaram em pelo menos 24 mortos, dos quais sete civis, viram o Azerbaijão e os separatistas arménios acusarem-se mutuamente pelo início dos combates e são o mais recente capítulo de várias escaramuças entre militares de ambos os lados..Seguiram-se a um confronto ao longo da fronteira entre Arménia e Azerbaijão em julho, que custou a vida de 17 soldados de ambos os lados. Em abril de 2016, cerca de 110 pessoas foram mortas nos combates mais graves dos últimos anos..Mas regressemos à história colorida de Kapuscinski. A montanhosa Arménia dos dias de hoje é uma pequena porção da antiga Arménia, um dos mais antigos centros da civilização. No seu auge, estendeu-se do Mar Negro até ao Mar Cáspio e do Mar Mediterrâneo até ao Lago Úrmia, no atual Irão, mas também foi alvo de incontáveis invasões, até que a partir do século XIV foi dominada por otomanos e persas. Já no século XIX, a Arménia Oriental foi anexada pela Rússia, enquanto a Arménia Ocidental permaneceu sob o domínio otomano, e em 1894-96 e 1915 o governo otomano perpetrou massacres sistemáticos e deportações forçadas de arménios. O genocídio que ainda hoje a Turquia não reconhece..A parte da Arménia situada no antigo Império Russo declarou a independência em 1918, mas dois anos volvidos foi invadida por forças da Turquia e da Rússia soviética. A República Soviética da Arménia foi estabelecida em 1920; as nomenclaturas foram mudando mas fez parte da União Soviética até à sua independência, em 1991. O Nagorno-Karabakh, por sua vez, era uma região autónoma da República Socialista Soviética do Azerbaijão, o que significava que era Moscovo que na prática controlava a região e não Baku..Também em 1991 os separatistas arménios, apoiados por Erevan, tomaram o Nagorno-Karabakh, então lar de uma minoria significativa do Azerbaijão, bem como de sete distritos adjacentes do Azerbaijão..Esta incursão militar veio na sequência de repetidos avisos da classe política de Nagorno-Karabakh, que não queria ficar sob tutela do Azerbaijão. Em 1988, a assembleia daquela região votou a adesão à Arménia..De volta a 2020. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, garantiu que Baku "não vai entregar as suas terras a ninguém", prometeu "restaurar a justiça histórica", e citou Estaline: "A nossa causa é justa e vamos vencer.".O autocrata está no poder desde 2003, quando sucedeu ao pai, Heydar, um ex-oficial do KGB que governou o país durante 10 anos. Graças aos rendimentos do petróleo, que também enriqueceram o clã, e do qual se destaca a sua mulher Mehriban, vice-presidente do país, a capital Baku é hoje uma espécie de Dubai do Mar Cáspio..Do ponto de vista militar, o país, com muito mais rendimento que a Arménia (sem petróleo nem gás natural), apetrechou-se muito mais do que o vizinho..Já o primeiro-ministro da Arménia, o ex-jornalista Nikol Pashinyan dirigiu-se aos compatriotas via Facebook: "Preparem-se para defender a nossa pátria sagrada." Enquanto isso o líder do enclave, Araik Harutyunyan, disse numa sessão de emergência do parlamento na principal cidade de Karabakh, Stepanakert, que tinha "declarado a lei marcial" e uma mobilização de todos os que estão aptos para o serviço militar..A liderança de Nagorno-Karabakh acusou o Azerbaijão de ter iniciado as hostilidades com "bombardeamentos" ao longo da linha da frente, incluindo alvos civis, e na principal cidade, Stepanakert. Em resposta, afirmam os arménios do enclave, as tropas abateram dois helicópteros e três drones do Azerbaijão, o que foi negado por Baku. Os azerbaijanos reclamam ter sido vítimas de um ataque, mas ao mesmo tempo alegam ter conquistado território..Araik Harutyunyan acusou ainda a Turquia de enviar mercenários para o Azerbaijão. "Temos informações de que mercenários da Turquia e de outros países foram transportados por via aérea para o Azerbaijão. O exército turco já está no Azerbaijão, sob o pretexto de exercícios militares", afirmou..Por sua vez Ancara deitou as culpas para a Arménia e declarou "apoio total" ao Azerbaijão. Primeiro pelo porta-voz do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin, e depois pelo próprio homem forte.."Enquanto apelo ao povo arménio para que se apodere do seu futuro contra a sua liderança que o está a arrastar para a catástrofe e aqueles que o utilizam como marionetas, apelamos também ao mundo inteiro para que se coloque ao lado do Azerbaijão na sua batalha contra a invasão e crueldade", disse no Twitter Erdogan, que no ano passado invadiu território sírio e está a fazer prospeções ilegais no Mediterrâneo oriental, tendo aberto um conflito diplomático com a Grécia, Chipre e França..Mas foi pela voz do ministro da Defesa turco que ficou implícita a ameaça de intervenção militar deste país membro da Aliança Atlântica. "Vamos apoiar os nossos irmãos azerbaijanos com todos os nossos meios na sua luta para proteger a sua integridade territorial", disse Hulusi Akar..É neste contexto que o papel da Rússia pode ser fulcral. Estados Unidos, União Europeia, França, Alemanha ou Irão, todos se pronunciaram e terão o seu peso, mas na região é o antigo império quem mais pode influenciar Baku e Erevã. Moscovo tem mantido boas relações com ambos os países. Além de mediadora da trégua de 1994, a Rússia tem mantido o papel de árbitro no conflito. Ainda na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov recebeu a presidente do Parlamento do Azerbaijão, Sahiba Gafarova. Ficou à vista que as negociações não avançavam, com Gafarova a classificar as pretensões de Erevã de "absurdas"..A Arménia quer levar para a mesa de negociações a liderança de Nagorno-Karabakh e que se reconheça o direito à autodeterminação, o que é rejeitado por Baku..Na sequência dos confrontos, o presidente russo, que tem no seu historial a anexação de dois territórios na Geórgia (Abecásia e Ossétia do Sul) e a Crimeia à Ucrânia, além da participação não declarada na guerra no leste ucraniano e a guerra na Síria, apelou para a paz. "É importante fazer o possível para evitar uma escalada no confronto, mas o principal é dar um fim às hostilidades", disse Vladimir Putin, citado num comunicado do Kremlin após uma conversa telefónica com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan.."A parte russa expressou a sua séria preocupação em relação ao regresso dos combates em grande escala", acrescentou o breve comunicado. A 102.a base militar da Rússia está situada na Arménia, e conta com três mil militares e um importante dispositivo de infantaria e da força aérea..Em 2013 o comandante da base deu a entender que, além do papel que desempenham em moderar o vizinho turco, que poderiam intervir num conflito no Nagorno-Karabakh. "Se o Azerbaijão decidir restaurar pela força a jurisdição sobre Nagorno-Karabakh, a base militar poderá juntar-se ao conflito armado em conformidade com as obrigações da Federação Russa no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva", afirmou o coronel Andrey Ruzinsky, em entrevista ao jornal russo Krasnaya Zvezda e citado pela Eurasianet..A Arménia, além de pertencer à União Económica Euroasiática, juntamente com a Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão e Quirguistão, é membro da aliança militar liderada por Moscovo, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que àqueles países se junta o Tajiquistão.
O Nagorno-Karabakh é um enclave de facto da Arménia no Azerbaijão. Com 4.400 quilómetros quadrados, um pouco menos do que o Algarve, é uma fratura exposta no Cáucaso. A dimensão da querela foi descrita pelo jornalista polaco Ryszard Kapuscinski no livro O Império. "Para a Arménia, um aliado é quem acredita que o Nagorno-Karabakh é um problema. Os restantes são inimigos. Para o Azerbaijão, um aliado é quem acredita que o Nagorno-Karabakh não é um problema. Os restantes são inimigos.".Mais à frente, o repórter e escritor multipremiado, explica: "É inimaginável fazer o seguinte discurso em Baku ou Erevã: Oiçam. Há décadas (quem entre nós pode sequer recordar esses tempos?) um paxá turco e o selvagem Estaline atiraram para o nosso ninho caucasiano este terrível ovo de cuco, e desde então, durante o século inteiro, temos estado a atormentar-nos e a matar-nos uns aos outros, enquanto eles, nas suas sepulturas bafientas, estão a tagarelar tão alto que se pode ouvi-los", ao que essa pessoa terminaria o discurso apelando à reconciliação. No entanto, diz que esse "infeliz moralista e negociador" ficaria "privado da sua vida" antes de conseguir concluir o apelo..Isto porque, conclui, há "três pragas, três contágios que ameaçam o mundo": o nacionalismo, o racismo e o fundamentalismo religioso, todas essas ameaças com um denominador comum, o irracionalismo. O Império foi publicado em 1993, na ressaca da queda da União Soviética e num momento em que grassava a guerra no Nagorno-Karabakh..Uma trégua negociada pela Rússia, Estados Unidos e França foi alcançada no ano seguinte, mas da guerra que terá causado a morte a 30 mil pessoas e um milhão de refugiados as feridas não sararam. O território, cravado no Azerbaijão, continua a ser legalmente deste país, mas sem habitantes azerbaijanos..Os confrontos de domingo, que resultaram em pelo menos 24 mortos, dos quais sete civis, viram o Azerbaijão e os separatistas arménios acusarem-se mutuamente pelo início dos combates e são o mais recente capítulo de várias escaramuças entre militares de ambos os lados..Seguiram-se a um confronto ao longo da fronteira entre Arménia e Azerbaijão em julho, que custou a vida de 17 soldados de ambos os lados. Em abril de 2016, cerca de 110 pessoas foram mortas nos combates mais graves dos últimos anos..Mas regressemos à história colorida de Kapuscinski. A montanhosa Arménia dos dias de hoje é uma pequena porção da antiga Arménia, um dos mais antigos centros da civilização. No seu auge, estendeu-se do Mar Negro até ao Mar Cáspio e do Mar Mediterrâneo até ao Lago Úrmia, no atual Irão, mas também foi alvo de incontáveis invasões, até que a partir do século XIV foi dominada por otomanos e persas. Já no século XIX, a Arménia Oriental foi anexada pela Rússia, enquanto a Arménia Ocidental permaneceu sob o domínio otomano, e em 1894-96 e 1915 o governo otomano perpetrou massacres sistemáticos e deportações forçadas de arménios. O genocídio que ainda hoje a Turquia não reconhece..A parte da Arménia situada no antigo Império Russo declarou a independência em 1918, mas dois anos volvidos foi invadida por forças da Turquia e da Rússia soviética. A República Soviética da Arménia foi estabelecida em 1920; as nomenclaturas foram mudando mas fez parte da União Soviética até à sua independência, em 1991. O Nagorno-Karabakh, por sua vez, era uma região autónoma da República Socialista Soviética do Azerbaijão, o que significava que era Moscovo que na prática controlava a região e não Baku..Também em 1991 os separatistas arménios, apoiados por Erevan, tomaram o Nagorno-Karabakh, então lar de uma minoria significativa do Azerbaijão, bem como de sete distritos adjacentes do Azerbaijão..Esta incursão militar veio na sequência de repetidos avisos da classe política de Nagorno-Karabakh, que não queria ficar sob tutela do Azerbaijão. Em 1988, a assembleia daquela região votou a adesão à Arménia..De volta a 2020. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, garantiu que Baku "não vai entregar as suas terras a ninguém", prometeu "restaurar a justiça histórica", e citou Estaline: "A nossa causa é justa e vamos vencer.".O autocrata está no poder desde 2003, quando sucedeu ao pai, Heydar, um ex-oficial do KGB que governou o país durante 10 anos. Graças aos rendimentos do petróleo, que também enriqueceram o clã, e do qual se destaca a sua mulher Mehriban, vice-presidente do país, a capital Baku é hoje uma espécie de Dubai do Mar Cáspio..Do ponto de vista militar, o país, com muito mais rendimento que a Arménia (sem petróleo nem gás natural), apetrechou-se muito mais do que o vizinho..Já o primeiro-ministro da Arménia, o ex-jornalista Nikol Pashinyan dirigiu-se aos compatriotas via Facebook: "Preparem-se para defender a nossa pátria sagrada." Enquanto isso o líder do enclave, Araik Harutyunyan, disse numa sessão de emergência do parlamento na principal cidade de Karabakh, Stepanakert, que tinha "declarado a lei marcial" e uma mobilização de todos os que estão aptos para o serviço militar..A liderança de Nagorno-Karabakh acusou o Azerbaijão de ter iniciado as hostilidades com "bombardeamentos" ao longo da linha da frente, incluindo alvos civis, e na principal cidade, Stepanakert. Em resposta, afirmam os arménios do enclave, as tropas abateram dois helicópteros e três drones do Azerbaijão, o que foi negado por Baku. Os azerbaijanos reclamam ter sido vítimas de um ataque, mas ao mesmo tempo alegam ter conquistado território..Araik Harutyunyan acusou ainda a Turquia de enviar mercenários para o Azerbaijão. "Temos informações de que mercenários da Turquia e de outros países foram transportados por via aérea para o Azerbaijão. O exército turco já está no Azerbaijão, sob o pretexto de exercícios militares", afirmou..Por sua vez Ancara deitou as culpas para a Arménia e declarou "apoio total" ao Azerbaijão. Primeiro pelo porta-voz do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin, e depois pelo próprio homem forte.."Enquanto apelo ao povo arménio para que se apodere do seu futuro contra a sua liderança que o está a arrastar para a catástrofe e aqueles que o utilizam como marionetas, apelamos também ao mundo inteiro para que se coloque ao lado do Azerbaijão na sua batalha contra a invasão e crueldade", disse no Twitter Erdogan, que no ano passado invadiu território sírio e está a fazer prospeções ilegais no Mediterrâneo oriental, tendo aberto um conflito diplomático com a Grécia, Chipre e França..Mas foi pela voz do ministro da Defesa turco que ficou implícita a ameaça de intervenção militar deste país membro da Aliança Atlântica. "Vamos apoiar os nossos irmãos azerbaijanos com todos os nossos meios na sua luta para proteger a sua integridade territorial", disse Hulusi Akar..É neste contexto que o papel da Rússia pode ser fulcral. Estados Unidos, União Europeia, França, Alemanha ou Irão, todos se pronunciaram e terão o seu peso, mas na região é o antigo império quem mais pode influenciar Baku e Erevã. Moscovo tem mantido boas relações com ambos os países. Além de mediadora da trégua de 1994, a Rússia tem mantido o papel de árbitro no conflito. Ainda na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov recebeu a presidente do Parlamento do Azerbaijão, Sahiba Gafarova. Ficou à vista que as negociações não avançavam, com Gafarova a classificar as pretensões de Erevã de "absurdas"..A Arménia quer levar para a mesa de negociações a liderança de Nagorno-Karabakh e que se reconheça o direito à autodeterminação, o que é rejeitado por Baku..Na sequência dos confrontos, o presidente russo, que tem no seu historial a anexação de dois territórios na Geórgia (Abecásia e Ossétia do Sul) e a Crimeia à Ucrânia, além da participação não declarada na guerra no leste ucraniano e a guerra na Síria, apelou para a paz. "É importante fazer o possível para evitar uma escalada no confronto, mas o principal é dar um fim às hostilidades", disse Vladimir Putin, citado num comunicado do Kremlin após uma conversa telefónica com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan.."A parte russa expressou a sua séria preocupação em relação ao regresso dos combates em grande escala", acrescentou o breve comunicado. A 102.a base militar da Rússia está situada na Arménia, e conta com três mil militares e um importante dispositivo de infantaria e da força aérea..Em 2013 o comandante da base deu a entender que, além do papel que desempenham em moderar o vizinho turco, que poderiam intervir num conflito no Nagorno-Karabakh. "Se o Azerbaijão decidir restaurar pela força a jurisdição sobre Nagorno-Karabakh, a base militar poderá juntar-se ao conflito armado em conformidade com as obrigações da Federação Russa no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva", afirmou o coronel Andrey Ruzinsky, em entrevista ao jornal russo Krasnaya Zvezda e citado pela Eurasianet..A Arménia, além de pertencer à União Económica Euroasiática, juntamente com a Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão e Quirguistão, é membro da aliança militar liderada por Moscovo, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que àqueles países se junta o Tajiquistão.