O próximo congresso do PS, em 30 e 31 de maio, vai ser o último dos socialistas antes das eleições presidenciais (janeiro de 2021). Tudo aponta no entanto, para já, para que António Costa queira ver a reunião, que se realizará em Portimão, passar deliberadamente à margem do assunto..Segundo o DN confirmou junto de fontes da direção do partido, a moção de estratégia global que Costa levará a votos não deverá abordar o assunto, pelo menos de forma substantiva..O argumento deverá ser, no essencial, o mesmo que Rui Rio já utilizou no último congresso do PSD: não há candidatos presidenciais afirmados e portanto o partido não tem nada a dizer, devendo as candidaturas emergir da sociedade civil e não dos partidos..O líder do PS está inclinado para que não se fale do assunto e assim deverá ser - a não ser que uma outra moção, que não a sua, o imponha. Mesmo assim, neste caso, as ordens deverão ser para não alimentar conversas..As presidenciais são no entanto um tema de que se fala cada vez mais - e o líder do Chega, André Ventura, já disse que será candidato. Dito de outra forma: no congresso do PS em Portimão, as eleições presidenciais poderão vir a tornar-se uma espécie de elefante na sala: está lá mas toda a gente finge que não está..Todos os sinais disponíveis dizem que Costa está a preparar-se para enfrentar as próximas presidenciais como enfrentou as últimas: sem que o PS tenha um candidato próprio e sem que apoie alguém. Em 2016, isso aconteceu com o argumento de que havia duas candidaturas da área do PS: uma de uma militante (e ex-presidente do partido), Maria de Belém; e outra de um professor universitário independente, Sampaio da Nóvoa (que no entanto teve o apoio de figuras de topo no PS, como Jorge Sampaio ou Carlos César)..O PS não deverá assim ter um candidato oficial - cenário praticamente incontornável se Marcelo Rebelo de Sousa decidir recandidatar-se. Não prejudicar uma coabitação até agora quase sem mácula deverá ser o argumento. Aos militantes e eleitores do PS não será dada nenhuma indicação de voto - e António Costa poderá, ou não, fazer uma declaração a título individual..Não terá candidato - mas entretanto uma eventual candidatura da ex-eurodeputada Ana Gomes vai fazendo caminho nas sondagens..A própria - exclusivamente centrada nas questões do combate à corrupção desde que saiu do Parlamento Europeu - foi desafiada a avançar pelo ex-líder parlamentar socialista Francisco Assis. "[Ana Gomes] pode realmente congregar várias esquerdas e não apenas o Partido Socialista", afirmou Assis.."Acho que não há personalidade em melhores condições do que Ana Gomes para ser candidata à Presidência da República. E também acho que era bom que a esquerda democrática tivesse um candidato. Se ela se candidatar, eu seguramente vou apoiá-la.".A ex-eurodeputada respondeu rapidamente, colocando-se de fora da corrida. Primeiro porque "António Costa nunca permitiria" uma sua candidatura apoiada pelo PS. Segundo porque as necessidade do combate à corrupção não passam pelas presidenciais: "Este combate tem de se travar cá fora. A corrupção está de tal maneira espalhada... e há forças negras que cavalgam justamente a insatisfação dos cidadãos com a corrupção... Eu acho que é mais importante ter hoje a liberdade de dizer o que digo, não me quero ver constrangida por qualquer cargo político.".Ouvida pelo DN, Ana Gomes não muda uma vírgula e evita mais comentários: "Não tenho nada a acrescentar ao que já disse.".Marcelo Rebelo de Sousa, entretanto, esconde o jogo sobre a sua decisão - tendo até tornado público que a tomará o mais tarde possível (final deste ano). Isso condiciona as opções tanto do PSD como do CDS - mas entre os centristas é forte a corrente que defende que o partido deveria ter um candidato próprio, mesmo Marcelo avançando de novo..À esquerda, é o silêncio. Nem o Bloco nem o PCP - que tem sempre candidato próprio, embora às vezes retirando-o no último minuto - dizem o que farão. Ambos os partidos terão neste ano congressos nacionais (o dos bloquistas em outubro e o dos comunistas em novembro)..Da reunião dos bloquistas não se espera nada de substantivamente novo; já os comunistas - tudo o indica - irão tratar da substituição de Jerónimo de Sousa na liderança do partido.
O próximo congresso do PS, em 30 e 31 de maio, vai ser o último dos socialistas antes das eleições presidenciais (janeiro de 2021). Tudo aponta no entanto, para já, para que António Costa queira ver a reunião, que se realizará em Portimão, passar deliberadamente à margem do assunto..Segundo o DN confirmou junto de fontes da direção do partido, a moção de estratégia global que Costa levará a votos não deverá abordar o assunto, pelo menos de forma substantiva..O argumento deverá ser, no essencial, o mesmo que Rui Rio já utilizou no último congresso do PSD: não há candidatos presidenciais afirmados e portanto o partido não tem nada a dizer, devendo as candidaturas emergir da sociedade civil e não dos partidos..O líder do PS está inclinado para que não se fale do assunto e assim deverá ser - a não ser que uma outra moção, que não a sua, o imponha. Mesmo assim, neste caso, as ordens deverão ser para não alimentar conversas..As presidenciais são no entanto um tema de que se fala cada vez mais - e o líder do Chega, André Ventura, já disse que será candidato. Dito de outra forma: no congresso do PS em Portimão, as eleições presidenciais poderão vir a tornar-se uma espécie de elefante na sala: está lá mas toda a gente finge que não está..Todos os sinais disponíveis dizem que Costa está a preparar-se para enfrentar as próximas presidenciais como enfrentou as últimas: sem que o PS tenha um candidato próprio e sem que apoie alguém. Em 2016, isso aconteceu com o argumento de que havia duas candidaturas da área do PS: uma de uma militante (e ex-presidente do partido), Maria de Belém; e outra de um professor universitário independente, Sampaio da Nóvoa (que no entanto teve o apoio de figuras de topo no PS, como Jorge Sampaio ou Carlos César)..O PS não deverá assim ter um candidato oficial - cenário praticamente incontornável se Marcelo Rebelo de Sousa decidir recandidatar-se. Não prejudicar uma coabitação até agora quase sem mácula deverá ser o argumento. Aos militantes e eleitores do PS não será dada nenhuma indicação de voto - e António Costa poderá, ou não, fazer uma declaração a título individual..Não terá candidato - mas entretanto uma eventual candidatura da ex-eurodeputada Ana Gomes vai fazendo caminho nas sondagens..A própria - exclusivamente centrada nas questões do combate à corrupção desde que saiu do Parlamento Europeu - foi desafiada a avançar pelo ex-líder parlamentar socialista Francisco Assis. "[Ana Gomes] pode realmente congregar várias esquerdas e não apenas o Partido Socialista", afirmou Assis.."Acho que não há personalidade em melhores condições do que Ana Gomes para ser candidata à Presidência da República. E também acho que era bom que a esquerda democrática tivesse um candidato. Se ela se candidatar, eu seguramente vou apoiá-la.".A ex-eurodeputada respondeu rapidamente, colocando-se de fora da corrida. Primeiro porque "António Costa nunca permitiria" uma sua candidatura apoiada pelo PS. Segundo porque as necessidade do combate à corrupção não passam pelas presidenciais: "Este combate tem de se travar cá fora. A corrupção está de tal maneira espalhada... e há forças negras que cavalgam justamente a insatisfação dos cidadãos com a corrupção... Eu acho que é mais importante ter hoje a liberdade de dizer o que digo, não me quero ver constrangida por qualquer cargo político.".Ouvida pelo DN, Ana Gomes não muda uma vírgula e evita mais comentários: "Não tenho nada a acrescentar ao que já disse.".Marcelo Rebelo de Sousa, entretanto, esconde o jogo sobre a sua decisão - tendo até tornado público que a tomará o mais tarde possível (final deste ano). Isso condiciona as opções tanto do PSD como do CDS - mas entre os centristas é forte a corrente que defende que o partido deveria ter um candidato próprio, mesmo Marcelo avançando de novo..À esquerda, é o silêncio. Nem o Bloco nem o PCP - que tem sempre candidato próprio, embora às vezes retirando-o no último minuto - dizem o que farão. Ambos os partidos terão neste ano congressos nacionais (o dos bloquistas em outubro e o dos comunistas em novembro)..Da reunião dos bloquistas não se espera nada de substantivamente novo; já os comunistas - tudo o indica - irão tratar da substituição de Jerónimo de Sousa na liderança do partido.