
refugiados
O boxe e o atletismo ajudam a calar as memórias de Farid e Dorian
O estigma "refugiados" não os impediu de se incluírem na sociedade portuguesa e brilharem no desporto. Farid Walizadeh e Dorian Keletela são dois sobreviventes, que agora estão com um pé nos Jogos Olímpicos.
Refugiados, sobreviventes, atletas e sonhadores. Farid Walizadeh e Dorian Keletela deviam estar esta sexta-feira (24 de julho) em Tóquio na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos se eles não tivessem sido adiados para 2021. Agora, o jovem pugilista afegão e o velocista congolês, que fazem parte da equipa de refugiados do Comité Olímpico de Portugal, têm mais um ano para se preparem para o cumprir de um sonho depois de sobreviveram à própria sina.
Em comum têm um passado traumático, de perseguição, violência e o exílio em Portugal onde já conseguem pensar num futuro. E essa a maior vitória para quem um dia adormeceu sem saber se ia acordar. A história de Farid Walizadeh já foi contada muitas vezes. É tão impressionante que tem servido de inspiração e exemplo e já lhe valeu uma distinção na Assembleia da República e uma ida à ONU, mas cada vez que lhe pedem para a contar há sempre algo novo e surpreendente. E ele não conta tudo. Não quer chocar ou ser julgado, apenas que saibam que é rijo e já sobreviveu a muita coisa. O jovem pugilista afegão parece que leu o pensamento de Dorian. O velocista do Sporting também prefere esquecer as memórias que o atormentam "um bocadinho" e olhar para um futuro em Portugal e no atletismo.
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