Exclusivo Orçamento Suplementar. Adeus geringonça, olá bloco central?
O espírito da 'geringonça' parece definitivamente uma coisa do passado - mas não é por isso que o BE ou o PCP deixam de pressionar o PS com propostas para o Orçamento Suplementar. Conheça as principais.

O primeiro-ministro., António Costa, com o novo ministro das Finanças, João Leão, no debate do Orçamento Suplementar de quarta-feira passada, 17 de junho
© MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
Pelo menos com a abstenção do PSD na votação final global, marcada para 3 de julho, o Orçamento Suplementar (OS2020) já está virtualmente aprovado. No entanto, os partidos à esquerda do PS vão continuar a pressionar na especialidade os socialistas para serem introduzidas alterações - e tanto comunistas como bloquistas já afirmaram que mantém em aberto o sentido de voto final.
Agora há sinais de que os partidos que auxiliaram o PS na geringonça entre 2015 e 2019 tenham, graças à "colaboração" do PSD com a sua abstenção, margem para passarem da abstenção para o voto contra sem que isso implique o chumbo da proposta do Governo - e a consequente crise política daí decorrente. No OS2020, a pandemia poderá ter como consequência a deslocação do regime da esquerda para o centro, com o regresso do velho "bloco central" (o entendimento PS/PSD que governou Portugal entre 1983 e 1985).