Exclusivo 'Ad Astra'. Rumo às estrelas com o space cowboy Brad Pitt
Depois de A Cidade Perdida de Z, o novo filme de James Gray acompanha a odisseia interior de um homem (Brad Pitt) em busca do seu pai (Tommy Lee Jones) no "coração das trevas" cósmicas. Em estreia.

Brad Pitt em 'Ad Astra'.
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Nada nos prepara para uma cena de perseguição rodoviária com buggies na superfície lunar - talvez a primeira do seu género -, um pouco ao estilo de Mad Max mas sonora e visualmente imaculada. Num dos buggies segue o protagonista de Ad Astra, o astronauta Roy McBride interpretado por Brad Pitt, e a ameaça surge de piratas espaciais que, depois de um tiroteio, o obrigam a desviar para a zona negra de uma cratera... Eis algo inesperado num filme de "ação" lenta, em que quase tudo passa pela bitola psicológica de uma personagem.
Além de surpreendente e admirável, o que esta cena exemplifica da perceção que se pode ter do filme é a capacidade de o seu realizador, James Gray, transpor uma situação "terrena" para o espaço, sem que daí advenha uma excentricidade de ficção científica: Ad Astra é sóbrio, verosímil de uma ponta à outra e transfere o desassossego mais humano e terráqueo para as cercanias dos astros. Aí, num tempo identificado como o futuro próximo, conta-se a odisseia do referido astronauta, incumbido de uma missão secreta a Neptuno, que se crê ser a origem de uns impulsos cósmicos que estão a ameaçar a vida na Terra. Nesse posto, ficamos a saber, estava sediada a missão que o seu pai, Clifford McBride (Tommy Lee Jones), liderou 30 anos antes, à procura de sinais de vida inteligente, sendo a nave dada como desaparecida 16 anos depois da partida. Roy/Brad Pitt deve então sondar a possibilidade de o pai afinal ainda estar vivo e em vias de provocar uma calamidade.